Construção em Berlim em novembro de 2010: a recessão da Eurozona será de 0,6%, ao invés de 0,1% (John Macdougall/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2013 às 08h45.
Paris - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu as projeções de crescimento para as principais potências, com exceção do Japão, e advertiu para o risco de paralisia da Europa, em um relatório divulgado nesta quarta-feira.
A OCDE prevê agora que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve crescer 3,1% este ano, contra 3,4% da estimativa divulgada em novembro. E a recessão da Eurozona será de 0,6%, ao invés de 0,1%.
No Brasil, que não integra a organização, a OCDE prevê crescimento de 2,9% em 2013, depois do resultado de 0,9% em 2012. As últimas estimativas do governo brasileiro apontam um aumento de 3,5% do PIB este ano.
A crise da atividade econômica pode levar a zona do euro, bloco formado por 17 países, a uma situação de "paralisa, com consequências negativas para a economia mundial", adverte a OCDE, que pede ao Banco Central Europeu (BCE) mais apoio para a recuperação.
Isto é justamente o que fez o Banco do Japão (BoJ, central), o que gerou uma melhora "espetacular" da situação do país, segundo os analistas da OCDE, organismo com sede em Paris que reúne grande parte dos países desenvolvidos.
Em função das medidas, a OCDE mais do que dobrou (de 0,7% a 1,6%) a previsão de crescimento do PIB japonês em 2013.
Em 2014, acontecerá uma desaceleração, com um crescimento de 1,4% do PIB nipônico. Mas o resultado é bastante superior à previsão de 0,8% divulgada em novembro.
Nos Estados Unidos, o saneamento do setor financeiro e o retorno da confiança dos mercados permitirão este ano um crescimento de 1,9% (contra a previsão de 2,0% em novembro), antes de um avanço de 2,8% em 2014.
A leve revisão em baixa da estimativa de 2013 foi provocada principalmente pelos cortes orçamentários automáticos em vigor este ano, depois que o governo democrata de Barack Obama e a oposição republicana não conseguiram chegar a um acordo sobre a redução do déficit público.
Na China, país que não é membro da OCDE, o crescimento de 2013 será "inferior ao normal, pelo segundo ano consecutivo", mas em 2014 a aceleração do comércio mundial pode estimular a atividade na potência asiática, com um crescimento de 8,4% do PIB.