Logo da OCDE: situação destes países, grandes exportadores de matérias-primas, "pode registrar alguma melhora em 2016, caso os preços das commodities não continuem em queda" (Antoine Antoniol/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 16 de setembro de 2015 às 10h48.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve registrar contração de 2,8% em 2015 e de 0,7% em 2016, indica a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em um relatório que agrava a magnitude da recessão na comparação com as previsões de junho.
Na estimativa anterior, a OCDE apontava uma contração de 0,8% para este ano e um crescimento de 1,5% para 2016, mas o Brasil e outras economias emergentes como a Rússia experimentam desde então "profundas recessões combinadas com uma inflação bastante alta", destaca a OCDE.
A situação destes países, grandes exportadores de matérias-primas, "pode registrar alguma melhora em 2016, caso os preços das commodities não continuem em queda", afirma a OCDE, uma organização que inclui 34 países, em sua maioria desenvolvidos, com sede em Paris.
O próprio governo brasileiro acredita em uma contração do PIB de 1,8% em 2015, segundo a estimativa mais recente. O mercado é ainda mais pessimista e prevê uma queda de 2,55%, com a recessão prosseguindo em 2016.
O Brasil, sétima economia mundial, entrou em recessão no segundo trimestre, ao mesmo tempo que enfrenta uma inflação alta (de 9,56% em 12 meses) e uma grave crise política, com a popularidade da presidente Dilma Rousseff abaixo de 10%.
Para tentar enfrentar a crise, o governo anunciou na segunda-feira um pacote de medidas, que pode aumentar ainda mais a irritação da população com a presidente.
A agência de classificação Standard and Poor's, que na semana passada rebaixou a nota da dívida brasileira, prevê que a contração do PIB brasileiro será de 2,5% este ano e de 0,5% em 2016, com o país retomando um "crescimento modesto" em 2017.