Economia

Obras para evitar rodízio de água somam R$ 160 milhões

Cerca de 65% das despesas ocorreram em contratos sem licitação, prática permitida por lei em casos de emergência


	Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Sistema de captação de água do sistema de abastecimento Cantareira (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2014 às 14h58.

São Paulo - Na tentativa de evitar o racionamento de água oficial na Grande São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já gastou cerca de R$ 160 milhões com obras para suprir a histórica crise de estiagem do Sistema Cantareira.

Cerca de 65% das despesas ocorreram em contratos sem licitação, prática permitida por lei em casos de emergência ou de calamidade pública.

É o caso da construção de diques e da compra de 17 conjuntos de bombas flutuantes para a captação inédita de água do "volume morto" do Cantareira nas Represas Jaguari-Jacareí, em Joanópolis, e Atibainha, em Nazaré Paulista, que custaram cerca de R$ 80 milhões.

A operação começou no dia 15 de maio e a previsão é de os 182,5 bilhões de litros adicionais represados abaixo do nível das comportas da Sabesp dure até novembro. Até ontem, a concessionária já havia retirado 43,4 bilhões de litros da reserva profunda, ou 23,7% do total.

Outros R$ 80 milhões estão diluídos em uma série de intervenções feitas pela companhia para remanejar água de outros sistemas produtores para regiões da capital abastecidas pelo Cantareira.

O socorro começou no início do ano com 1,1 mil litros por segundo revertidos do Sistema Guarapiranga para os bairros Jabaquara, Vila Olímpia, Brooklin e Pinheiros, nas zonas sul e oeste da capital, e outros 2,1 mil litros do Sistema Alto Tietê para Penha, Ermelino Matarazzo, Cangaíba, Vila Formosa e Carrão, na zona leste.

Para fazer o remanejamento, que tirou inicialmente cerca de 1,6 milhão de pessoas do consumo do Cantareira, a Sabesp teve de instalar novas adutoras, aumentar as vazões de estações elevatórias e de tratamento de água e ampliar as unidades de bombeamento.

Segundo a companhia, foram essas obras que resultaram nos "cortes pontuais" de abastecimento que deixaram diversos imóveis sem água nos últimos meses.

Com o agravamento da crise do Cantareira, em maio, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que a reversão de água dos sistemas Rio Grande (500 litros por segundo) e Rio Claro (200 litros por segundo) e mais 1.500 litros adicionais do Alto Tietê e do Guarapiranga a partir deste mês.

Dessas obras, o remanejamento de água do Rio Grande para abastecer cerca de 150 mil pessoas custou R$ 26,5 milhões e também foi feito sem licitação. Para 2015, a Sabesp pretende ampliar mais 2.200 litros do Rio Grande e outros 1.500 litros do Guarapiranga.

Em nota, a companhia afirma que todos os contratos feitos sem licitação "seguem todos os procedimentos previstos na Lei de Licitações - 8.666/1993". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:ÁguaEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasSabespSaneamentoSecasServiços

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto