Economia

Obama está preocupado com ameaça de nova recessão na Europa

Frente ao receio de que a crise afete os EUA, o presidente americano pediu aos europeus para complementar a disciplina orçamentária com estímulos ao crescimento

Obama: "obviamente, isto nos diz respeito porque a Europa é nosso principal parceiro comercial" (O presidente americano, Barack Obama)

Obama: "obviamente, isto nos diz respeito porque a Europa é nosso principal parceiro comercial" (O presidente americano, Barack Obama)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 16h41.

Washington - O presidente americano, Barack Obama, expressou nesta sexta-feira sua "preocupação" com a possibilidade de que a "ameaça de uma nova recessão" na Europa afete os Estados Unidos, e pediu aos europeus para complementar a disciplina orçamentária com estímulos ao crescimento.

"Neste momento, nossa preocupação é a Europa, que enfrenta a ameaça de uma nova recessão, enquanto seus membros tentam superar a crise financeira. Obviamente, isto nos diz respeito porque a Europa é nosso principal parceiro comercial", explicou Obama.

O presidente americano falou com a imprensa, para abordar os dados econômicos recentes decepcionantes nos EUA e as tensões financeiras na zona do euro, a cinco meses do pleito no qual vai tentar a reeleição.

"Se há menos demanda para nossos produtos em lugares como Paris e Madri, isso pode significar menos negócios para nossos fabricantes em Pittsburgh e Milwaukee", acrescentou.

Obama insistiu na necessidade de coordenação na Europa, ao ressaltar que "a curto prazo, ela deve estabilizar o sistema financeiro e uma parte consiste em tomar medidas, o mais rápido possível, para injetar capital nos bancos fracos".

A crise financeira gerou uma alta das tensões na eurozona, especialmente em Espanha e Itália, que viram como a taxa de risco de sua dívida pública disparou em um complexo contexto de recessão econômica.

Neste sentido, comemorou que na Europa haja agora, "em paralelo" às discussões sobre "maneiras sensatas" de solucionar os problemas de financiamento, conversas sobre como mostrar "flexibilidade, para que estas reformas ganhem força".

De acordo com Obama, o "adequado é combinar investimento a curto prazo em crescimento e trabalho com um caminho de responsabilidade fiscal a longo prazo".

E o presidente americano asseverou que este enfoque pode ser aplicado tanto à Europa como aos EUA, que também encara problemas relacionados com uma dívida vultosa e um crescente déficit fiscal.


Obama aproveitou a ocasião, além disso, para expressar um pouco de otimismo em relação à resistência do sistema financeiro americano ao contágio do que pode acontecer do outro lado do Atlântico.

"A boa notícia é que muito do trabalho que fizemos em 2009 e 2010 deixou nosso sistema financeiro sobre uma base muito mais sólida", ressaltou Obama.

Concretamente, o presidente americano lembrou a insistência em aumentar as exigências de capital para os bancos, o que se traduz agora em que podem absorver alguns dos choques que possam vir da Europa.

"A equipe do setor financeiro controlou isto minuciosamente e acho que estamos preparados para uma ampla gama de contingências", acrescentou o chefe de Governo americano.

Perante este contexto de "fraqueza na economia mundial, não só pela Europa, mas também por um pouco de desaceleração na Ásia", destacou a importância "crítica de tomar medidas para fortalecer" a economia americana.

Obama lançou de novo um ataque aos republicanos no Congresso, aos quais acusou de obstaculizar suas medidas de estímulo à economia americana.

A primeira economia do planeta se desacelerou no primeiro trimestre do ano, de 2,2% a 1,9%, e sua taxa de desemprego subiu pela primeira vez em 11 meses para 8,2%.

"Se o Congresso decidir que não dará passos para estimular o emprego porque este é um ano de eleições, então o Congresso deverá explicar aos cidadãos por que não agiu", assinalou o presidente, que tentará a reeleição em novembro.

Por isso, Obama voltou a insistir em várias das iniciativas contidas em um projeto de lei de estímulo do emprego que ele enviou ao Congresso no ano passado e sobre o qual ainda não há decisão. EFE

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