Economia

Obama discute novos incentivos à economia em discurso

O presidente tratou de uma mistura de velhas e novas propostas visando fortalecer a economia e estimular a classe média


	Barack Obama: sobre a persistente questão de como reduzir o déficit orçamentário, Obama reiterou seu apoio a uma mistura de aumentos de impostos e cortes de gastos
 (REUTERS/Charles Dharapak)

Barack Obama: sobre a persistente questão de como reduzir o déficit orçamentário, Obama reiterou seu apoio a uma mistura de aumentos de impostos e cortes de gastos (REUTERS/Charles Dharapak)

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Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 05h29.

Washington - O presidente Barack Obama, em seu discurso do "Estado da União", voltou a abordar os temas enfatizados durante a sua campanha de reeleição. Obama tratou de uma mistura de velhas e novas propostas visando fortalecer a economia e estimular a classe média.

O discurso ocorreu em meio a uma tentativa de ambos os partidos políticos de olharem para além de seus conflitos sobre o orçamento e se concentrarem em um conjunto mais amplo de questões econômicas.

Sobre a persistente questão de como reduzir o déficit orçamentário, Obama reiterou seu apoio a uma mistura de aumentos de impostos e cortes de gastos. Ele disse que apoiará "reformas modestas" em seus programas, incluindo o Medicare, contanto que os norte-americanos mais ricos também contribuam.

Com o objetivo de estimular as famílias em dificuldade, ele propôs um aumento do salário mínimo para US$ 9 por hora, de US$ 7,25 hoje, e um plano para deixar as pré-escolas de alta qualidade mais disponíveis para crianças de baixa e média renda.

Obama relançou as propostas de investimentos que haviam perecido anteriormente no Congresso, incluindo US$ 50 bilhões para melhorar as estradas velhas e pontes. No entanto, o presidente disse que nenhuma das propostas iria aumentar o déficit orçamentário do país.

Ele também anunciou planos de trabalhar em direção a um acordo global de comércio com a União Europeia, em uma tentativa de aprofundar os laços com o velho continente. Os europeus estão pressionando os EUA para a realização de um acordo de comércio - um movimento que tem sido discutido há décadas - ao mesmo tempo em que tentam reforçar a UE como uma potência internacional.


Além disso, Obama renovou o seu apelo por uma reforma do sistema de impostos, alegando que este momento oferece a melhor oportunidade para alcançar esta meta de longo prazo. "Podemos conseguir este feito", disse ele.

Sobre o estímulo a classe média, Obama seguiu em confronto com os republicanos sobre o aumento dos impostos e deixou claro que não cederá em nenhum fundamento.

"É tarefa da nossa geração... de reacender o verdadeiro motor do crescimento econômico dos Estados Unidos - uma classe média próspera em crescimento", disse ele. "Uma economia em crescimento que cria bons empregos de classe média - isso deve ser a estrela do norte que orienta nossos esforços".

Muitas de suas iniciativas exigirão ação do Congresso num momento em que a Casa Branca já está pedindo a parlamentares que aprovem uma reforma de imigração abrangente e novos limites na comercialização de armas. Nesta terça-feira, Obama pediu mais uma vez uma ação em ambas as frentes, mas não expandiu seus pontos de vista sobre o que ele gostaria de ver na legislação.

Obama apontou para as vítimas de violência armada, quando pediu ao Congresso que colocasse suas propostas em votação, incluindo verificações universais de antecedentes e a proibição de vendas das chamadas armas de assalto e de pentes de alta capacidade.

A audiência na Câmara dos Representes contou com a participação das famílias das vítimas do massacre da escola primária de Newtown, em Connecticut, da ex-parlamentar Gabrielle Giffords, que sobreviveu a um tiro à queima-roupa na cabeça em 2011, e dos pais de Hadiya Pendleton, que foi baleada e morta em Chicago, poucos dias depois de participar da cerimônia de posse de Obama.

Sobre a política externa, Obama anunciou que reduzirá o número de soldados no Afeganistão em mais da metade no próximo ano, uma aceleração no processo de retirada dos EUA e um esforço para encerrar a mais longa guerra norte-americana.

Falando em um momento em que a economia está melhorando, mas de forma lenta, o presidente ressaltou avanços. "Nós nos livramos do entulho da crise, e podemos dizer com confiança renovada que o estado de nossa união é mais forte", disse ele.


A proposta de Obama de aumentar o salário mínimo federal retomou uma ideia de sua campanha de 2008 que mencionou pouco desde então. Como candidato presidencial em 2008, ele pediu um aumento para US$ 9,50 por hora. Sua nova proposta de elevação salarial para US$ 9 por hora, o que a Casa Branca disse que resultaria em um aumento de salário para 15 milhões de trabalhadores e tiraria muitas famílias da pobreza.

Para o ensino superior, Obama renovou uma proposta de amarrar a ajuda federal para faculdades a medidas de acessibilidade. O presidente disse que sua administração lançará uma tabela que classifica as escolas com base no valor que elas entregam.

Ele reiterou seu compromisso de combater o aumento das temperaturas globais e pediu ao Congresso que agisse na legislação para desencorajar as emissões de carbono. Se os parlamentares não agirem, ele prometeu: "Eu vou". Mas ele não foi específico sobre que ações executivas que ele tomará para reduzir a poluição.

Sobre as longas filas que os norte-americanos enfrentaram para votar nas eleições de novembro, o presidente anunciou a criação de uma comissão para estudar formas de reduzir os tempos de espera. O novo painel será liderado pelo ex-assessor da Casa Branca, Bob Bauer, e Ginsberg Ben, que foi um dos advogados da campanha presidencial de Mitt Romney.

Obama também falou dos cortes de gastos conhecidos como "sequestro", alegando que isso poderia comprometer o crescimento econômico, além de devastar importantes iniciativas domésticas e de prejudicar a prontidão militar. Ele exortou o Congresso a aprovar um pequeno pacote de cortes de gastos e aumentos de impostos para atrasar os cortes.

Obama rejeitou as propostas de alguns republicanos para eliminar apenas os cortes na defesa, e disse que qualquer plano deve exigir sacrifícios equilibrados.

"Não podemos pedir que nossos cidadãos idosos e famílias trabalhem para arcar com toda a carga de redução do déficit, enquanto não pedimos mais nada dos mais rico e mais poderoso", disse ele. As informações são da Dow Jones.

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