Gasolina: agora será mais difícil adulterar o combustível (./Getty Images)
Janaína Ribeiro
Publicado em 3 de agosto de 2020 às 17h46.
Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 19h44.
Começa hoje a venda da gasolina com as novas especificações da reguladora de combustíveis ANP. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis publicou em janeiro um resolução dando prazo até hoje para os produtores de combustíveis se adequarem às novas regras.
Com elas, a gasolina comum ganha qualidade e fica mais próxima do padrão europeu. É possível que o preço do combustível também tenha alteração, podendo aumentar o custo para o consumidor.
A Petrobras, que detém 90% do mercado nacional, afirma já seguir os novos padrões. Entenda o que muda no combustível.
Exigência de uma massa específica (ou densidade) mínima, que afeta diretamente no consumo. Quando há uma densidade baixa no combustível, há também um menor conteúdo energético por litro.
Mudança no método de contagem da octanagem da gasolina — nível de resistência da gasolina à compressão no motor. Quanto maior a quantidade de octanos, mais resistente o combustível é à queima, consequentemente tendo um melhor nível de eficiência. Antes, a gasolina brasileira deveria ter 87 octanos. Agora tem 92. Em 2022, chegará a 93.
Temperatura mínima de 77° C para a destilação de 50% da gasolina. Isso garante um combustível com boa dirigibilidade.
O novo padrão otimiza a queima do combustível, fazendo com que tenha uma maior economia por litro. No entanto, especialistas divergem a respeito do resultado. Já a Petrobras afirma um ganho de rendimento de até 5%, em média, com o uso da nova gasolina.
Aumento no valor do combustível: apesar de a Petrobras não ter informado ainda qual será a diferença nos preços do combustível, a diretora de refino e gás natural da companhia, Anelise Lara, disse que seria uma tendência o aumento no litro da gasolina após as novas regras entrarem em vigência.
Será mais difícil adulterar a gasolina. Com a nova especificação, será mais difícil que produtos como solventes leves sejam adicionados ao combustível. Agora, existe um padrão mínimo, contendo solventes mais densos, o que contribui com a fiscalização.
A gasolina aditivada — ou premium — também seguirá o mesmo padrão de mudança da gasolina comum. De 91 octanos no padrão RON, passará para 97. Ela continuará tendo um rendimento superior à gasolina tipo C.
Os postos ainda poderão comercializar a gasolina com as antigas especificações até 3 de novembro.