gráfico em queda (Divulgação/247wallst.com/Divulgação)
João Pedro Caleiro
Publicado em 1 de julho de 2014 às 13h02.
São Paulo – Em dezembro do ano passado, o ministro da Fazenda Guido Mantega admitiu que o crescimento em 2014 poderia até não chegar nos 4% previstos no Orçamento, mas disse que pelo menos o novo ano seria melhor do que o anterior.
Naquela época, as instituições financeiras ainda davam ao ministro o benefício da dúvida, com expectativa de um número próximo ao de 2013, quando o PIB se expandiu 2,3%.
Com o tempo, porém, as expectativas foram se corroendo e a previsão do ministro acabou se provando, como de costume, excessivamente otimista.
No ano passado, foi a mesma história: o crescimento de 3,2% previsto pelo primeiro Boletim Focus do ano acabou sendo revisado constantemente para baixo.
A média de expansão do PIB brasileiro nos últimos anos está em 2%, abaixo da registrada nos anos 80 e 90 e do cenário na maior parte da América Latina.
Cenário
Nos últimos meses, pesaram no clima o rebaixamento da nota do país pela Standard & Poor's, a fraqueza da situação fiscal e a inflação perto do teto da meta.
O Indicador de Clima Econômico da FGV não era tão baixo desde 1999 e a confiança do consumidor é a pior em uma década.
O governo tentou estancar a sangria com medidas como desoneração permanente da folha de pagamentos de setores, incentivos ao mercado de capitais, pacote de bondades para a indústria e prorrogação do IPI mais baixo para carros e móveis.
Até agora, sem sucesso. Veja qual foi a queda em cada uma das projeções:
Boletim Focus
Previsão anterior: 2,2% (07/01)
Previsão atual: 1,1% (30/06)
O Banco Central divulga todas as segundas-feiras um relatório que reúne as projeções de cerca de 100 analistas financeiros para dólar, inflação, superávit e outros indicadores.
A última edição apontou a quinta queda consecutiva da expectativa do PIB, que está agora exatamente na metade da taxa que era esperada quando o ano começou.
Guido Mantega
Previsão anterior: mais do que em 2013 (18/12/2013)
Previsão atual: 2,3% (28/04)
O ministro Guido Mantega é conhecido por suas projeções otimistas. No início de junho, ele evitou confirmar se mantém a previsão feita em abril de crescimento de 2,3% este ano.
Banco Mundial
Previsão anterior: 2,4% (14/01)
Previsão atual: 1,5% (10/06)
De acordo com o Banco Mundial, a desaceleração é resultado de estrangulamentos na infraestrutura, baixa confiança dos empresários, demanda doméstica fraca, crédito mais difícil e a deterioração de indicadores como contas externas e fiscais, além da pressão inflacionária.
FMI
Previsão anterior: 2,3% (21/01)
Previsão atual: 1,8% (08/04)
Para o Fundo Monetário Internacional, a piora nas perspectivas é causada por restrições na oferta de infraestrutura e fraco crescimento no investimento privado, reflexo da falta de competitividade e da baixa confiança empresarial.
Banco Central