Economia

O otimismo do diretor do Banco Central

Este parece ser o tom do texto postado pelo diretor de assuntos internacionais do Banco Central, Tony Volpon, no site do BC nesta quinta-feira

Tony Volpon, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (Banco Central/Divulgação)

Tony Volpon, diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (Banco Central/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2015 às 22h32.

A situação na economia está ruim, mas dias melhores virão.

Este parece ser o tom do texto postado pelo diretor de assuntos internacionais do Banco Central, Tony Volpon, no site do BC nesta quinta-feira.

Volpon, que não votou na alta de 0,50 pp da Selic no último Copom por ter preanunciado que defendia a elevação, enfatiza os ganhos de produtividade na economia como um fator que poderá levar a menos inflação e, com a ajuda do aumento das exportações, impulsionar a recuperação da economia.

Mesmo com os economistas projetando uma recessão de 2% este ano e o desemprego subindo para 7,5%, o mercado ainda espera juros estáveis até pelo menos fevereiro de 2016.

Para a partir de março ou abril, as apostas em corte são majoritárias, mas até agora os investidores estimam cortes graduais, que manteriam a Selic em no mínimo 13% ao longo de todo o ano.

O BC pode estar sugerindo que, com mais produtividade, a inflação não vai voltar a subir em 2016 mesmo que a economia se recupere após a recessão deste ano, diz o economista Bruno Rovai, do Banco Barclays em Nova York.

Isso não significa que o BC abandonou a idéia de manter os juros estáveis após a última elevação da Selic para 14,25%. Pelo contrário, a cautela com o cenário inflacionário atual é mantida no texto do BC.

No entanto, diz Rovai, a ênfase na melhora da produtividade pode significar que os cortes da taxa Selic serão mais agressivos quando a inflação cair a partir de 2016.

Volpon, que só chegou ao BC no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, coloca entre as mudanças que podem melhorar a produtividade justamente a reversão de medidas adotadas nos anos anteriores, como as que visavam aumentar a demanda.

Essas políticas, diz o texto do diretor, produziram uma alocação de recursos ineficiente, pressionando a inflação.

Além disso, a melhora fiscal recente também contribuiria para uma maior eficiência da economia.

“Se eu estiver certo”, diz Volpon, as mudanças vão melhorar o PIB potencial, termo econômico que significa a capacidade de crescimento sem gerar inflação.

Em outras palavras, se Volpon estiver certo, o Brasil a partir de 2016 poderia estar na situação oposta à vista nos últimos anos e agravada em 2015, que é de baixa capacidade de crescimento e alta pressão inflacionária ao mesmo tempo.

O texto diz ainda que uma das razões de a inflação ter superado a meta de 2011 a 2014 foi o fato de o chamado crescimento potencial ter sido superestimado e consequentemente o hiato do produto, a diferença entre o PIB potencial e o efetivo.

“Minha intuição é que nós estamos correndo o risco de cometer o erro oposto”, disse o diretor.

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