Índia: dúvida para o orçamento é se o governo Modi irá apresentar um programa mais populista, para angariar votos para sua reeleição, ou se manterá o foco fiscal (Uriel Sinai/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 06h57.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2018 às 09h16.
O orçamento indiano para o ano fiscal 2018-2019 será divulgado nesta quinta-feira. É o último plano orçamentário a ser apresentado pelo primeiro-ministro Narendra Modi nesta gestão.
Com eleições sendo realizadas em 2019, a dúvida é se Modi irá apresentar um programa mais populista, para angariar votos para a reeleição, ou se manterá o foco fiscal.
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O anúncio é especialmente importante por que a Índia é a grande economia que mais cresce no mundo, com taxas acima de 7%, e o país que maior simboliza os desafios destacados no Fórum Econômico Mundial da semana passada, que foi aberto justamento por Modi: como crescer incluindo os excluídos.
O país concentra, sozinho, um terço da pobreza mundial, e tem o desafio de superar divisões sociais e sectárias para incluir um enorme percentual de sua população no mercado consumidor.
Uma pesquisa da agência Reuters mostrou que a expectativa dos economistas é de que o déficit fiscal, previsto para ficar em 3% em 2018, na verdade suba para 3,2%.
Já uma pesquisa da agência Bloomberg, além de prever os 3,2% para este ano, prevê também que o déficit fique em 3,5% em 2019.
Espera-se que Modi amplie os investimentos em áreas-chave para terminar o mandato de forma bem-sucedida.
A principal delas é a agricultura, com a apresentação de um programa de desenvolvimento rodoviário em aldeias e de geração de empregos. Isso porque, nas últimas eleições estaduais, em 2017, a Aliança Democrática Nacional de Modi perdeu força com eleitores que vivem em zonas rurais.
Prevendo uma ampliação nos investimentos e um desafio fiscal pela frente, o Banco Central da Índia já marcou uma reunião para a próxima semana para falar sobre o orçamento.
A pesquisa da Bloomberg, porém, prevê que a taxa básica de juros deve se manter inalterada, em 6%.
A previsão então é de que o orçamento tente abraçar uma parte da população a que o governo não tem dado muita atenção — mas sem extravagâncias.