Carro da Ford: para a publicação, o Salão do Automóvel de São Paulo foi a vitrine ideal para medir a alta temperatura do mercado interno para as montadoras
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2012 às 19h34.
São Paulo - Embora o título de "país do futuro" ainda continue difícil de ser envergado sem relutância quando o assunto é o Brasil, ao menos um setor da economia nacional pode afirmar sem dúvidas que o futuro chegou: a indústria automobilística. A análise é da revista britânica The Economist, que destacou em artigo desta sexta-feira o que chamou de "mudança de marcha dos carros" no país.
Para a publicação, o Salão do Automóvel de São Paulo foi a vitrine ideal para medir a alta temperatura do mercado interno para as montadoras. O texto destacou a acirrada concorrência entre as empresas, que disputaram a atenção da classe média em rápida expansão providenciando lançamentos de peso para o evento, como o HB20x, da Hyundai, o Onix, da GM, o SUV Taigun, da Volksvagen, o Novo CLIO, da Renault, e o Ford Fusion 2013, da Ford.
Os abundantes anúncios de investimentos para construção ou ampliação de fábricas nacionais também chamaram a atenção, aponta a revista. "Em meados da década, praticamente todas as montadoras mundiais - da Europa, América, Japão e Coréia do Sul, bem como uma variedade de marcas chinesas ambiciosas - estarão competindo em país maior e mais populoso da América do Sul", disse o texto.
A força do quarto maior mercado automotivo do mundo, segundo pesquisas recentes, pode no entanto perder sustentabilidade e sucumbir ao que a publicação chama de "veia fatalista" do país. "Se o governo reduz os incentivos de consumo que sustentaram a demanda automotiva recente (...) isso poderia levar a um naufrágio nas vendas a médio prazo". O longo prazo, contudo, mantém o farol do otimismo aceso: a economia jovem e dinâmica é suscetível a gerar milhões de compradores de carros novos nos próximos anos, diz a Economist.