Economia

"O Brasil começa a acordar”, diz Meirelles em evento de EXAME

“Não é desejo ou observação superficial. Há evidência para percebermos que a recessão já ficou para trás”, disse no encerramento de Melhores e Maiores

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, em evento de Melhores e Maiores 2017 (Flávio Santana/Biofoto/Site Exame)

Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, em evento de Melhores e Maiores 2017 (Flávio Santana/Biofoto/Site Exame)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de agosto de 2017 às 23h09.

Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às 15h31.

São Paulo – “Nós temos hoje um Brasil que começa de fato a acordar”, disse hoje o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Ele discursou no encerramento da 44ª premiação de Melhores e Maiores de EXAME, realizada na Sala São Paulo, na região central da cidade, na noite desta segunda-feira (07).

“Não é objeto de desejo ou de observação superficial. Há evidência suficiente para percebermos que a recessão já ficou para trás”, disse Meirelles.

O ministro citou como evidências dados de crescimento de vários setores na comparação entre o primeiro semestre de 2017 e o mesmo período de 2016 – entre eles vendas de veículos (11,6%), produção de têxteis (5,2%) e metalurgia (3,6%).

Outro dado positivo é o desemprego, que segundo o ministro atingiu em março seu pico em termos dessazonalizados e já está caindo. Houve aumento inclusive da massa salarial em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, afirmou ele.

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Mesmo ressaltando ser natural que alguns números sejam conflitantes neste estágio da retomada, Meirelles citou um aumento de 3,7% nos investimentos industriais e de setor externo no 2º trimestre na comparação com o 1º trimestre.

Isso seria um dos maiores sinais de que a retomada é fruto de otimismo com o futuro e não de possíveis fatores artificiais como uma bolha de crédito:

“Significa aumento de confiança e também que o Brasil continuará crescendo de forma sustentável”.

O ministro notou que uma série de reformas vem sendo efetuadas, citando a aprovação do teto de gastos e da reforma trabalhista, e afirmou que este ciclo deve ser concluído até o final do ano, citando a reforma da Previdência e a Tributária.

O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), relator da reforma tributária na Câmara, disse nesta segunda-feira que espera votar o projeto ainda em agosto.

Já a reforma da Previdência talvez fique para depois. Segundo levantamento feito pela Bloomberg junto aos 26 partidos do Congresso, o governo tem hoje entre 280 a 285 dos 308 votos necessários.

Meirelles disse que também está em andamento uma agenda microeconômica em parceria com o Banco Mundial para elevar a competitividade do país.

Entre as iniciativas estão a redução do tempo para abrir e fechar empresas ou para registrar patentes, além de projetos como do Cadastro Positivo e da Letra Imobiliária Garantida.

A Receita Federal anunciou nesta segunda-feira, 7, quatro medidas de simplificação tributária em convênio com Estados e municípios.

As iniciativas visam a reduzir o tempo gasto por empresas com trâmites burocráticos e a promover a integração entre sistemas da União e dos Estados e municípios.

Em 2016, o Brasil ficou na 123ª posição entre 190 países no ranking do Banco Mundial de melhores países para fazer negócios.

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