Estados Unidos: depois de Israel, os EUA continuariam a ser país mais desigual, de acordo OCDE (AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2014 às 16h02.
PARIS - A desigualdade econômica observada nos últimos anos só tende a piorar nas próximas décadas, à medida que trabalhadores altamente qualificados obtenham ganhos maiores com os avanços tecnológicos, disse a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta quarta-feira.
Os governos precisam investir mais na educação e construir sistemas fiscais mais progressivos, observou entidade sediada em Paris, no último de uma série de relatórios sobre a evolução econômica no longo prazo.
O debate sobre a desigualdade ficou mais aquecido depois do sucesso de "O Capital no Século XXI", best-seller do economista francês Thomas Piketty.
Seu trabalho mostra que a diferença de riqueza entre os ricos e o restante da população está retornando aos níveis vistos pela última vez antes da Primeira Guerra Mundial.
Ao longo das duas décadas que antecederam a crise financeira, os salários mais altos nos países da OCDE cresceram em média 0,6 por cento por ano mais rápido do que os de renda mais baixa, disse a entidade, que reúne 34 nações.
Se nada for feito, a desigualdade vai continuar crescendo nessa taxa ao longo dos próximos 50 anos, embora se espere que os ganhos reais subam em todas as camadas de renda.
Nesse ritmo, a desigualdade média entre os rendimentos brutos os países da OCDE chegará em 2060 ao níveo dos Estados Unidos, país cuja diferença de renda é uma das maiores do grupo.
Depois de Israel, os Estados Unidos continuariam a ser o país com maior desigualdade de rendimentos, de acordo com projeções da OCDE.