Nuvem de gafanhotos vista da cidade argentina Córdoba: dependendo da força do vento, a nuvem pode se movimentar por até 150 quilômetros em um dia. (Governo de Córdoba/Divulgação)
Victor Sena
Publicado em 25 de junho de 2020 às 10h45.
Última atualização em 25 de junho de 2020 às 11h27.
O Ministério da Agricultura decretou nesta quinta-feira estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina devido ao risco de uma nuvem de gafanhotos que passa pela Argentina chegar à fronteira brasileira.
Vídeos compartilhados na internet durante esta terça-feira chamaram a atenção devido à quantidade de animais, que podem destruir grandes plantações e é considerada uma pragra agrícola.
Plaga de langostas llega a Argentina: comen como 350.000 personas
Los voraces insectos provienen de Paraguay y tienen en alerta a los agricultores de la provincia de Formosa.
Los productos amenazados por estos insectos son los cultivos de mandioca, maíz, caña de azúcar. pic.twitter.com/1KDB2VjGHo
— 𝑱𝒐𝒓𝒈𝒆 𝑹𝒂𝒗𝒂𝒏𝒂𝒍𝒆𝒔 𝑨. ♠♥♣♦ (@jravanales) June 19, 2020
Mesmo que a expectativa seja de que a nuvem se encaminhe em direção ao Uruguai, o Ministério da Agricultura traça estratégias para um eventual surto da praga no Brasil.
Com o estado de emergência fitosanitária decretado pela ministra Teresa Cristina, o combate aos gafanhotos é facilitado, com menos burocracia para contratação emergencial de pessoal e na importação e autorização para produção de defensivos agrícolas.
De acordo com o ministério, a formação de nuvens de gafanhotos nos países vizinhos tem ocorrido de forma relativamente frequente. Por isso, está em elaboração um manual de orientações de ações de controle da praga.
Na Argentina, o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar também acompanha a movimentação da nuvem de gafanhotos, que depois de ter saído do Paraguai já passou pelas províncias de Chaco, Santa Fe e Corrientes. Em um vídeo publicado nas suas redes sociais oficiais, o serviço argentino reforça que os animais não fazem mal diretamente às pessoas, mas causam danos fortes às plantações. Dependendo da força do vento, a nuvem pode se movimentar por até 150 quilômetros em um dia.
O deslocamento da nuvem de gafanhotos pode ser acompanhado por meio de mapas atualizados pelas autoridades argentinas, no link:https://geonode.senasa.gob.ar/maps/1806