17,3 milhões de pessoas gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho por causa da pandemia (Amanda Perobelli/Reuters Business)
Agência O Globo
Publicado em 10 de julho de 2020 às 10h07.
Última atualização em 10 de julho de 2020 às 10h11.
O relaxamento da quarentena já aparece no mercado de trabalho. Há mais dois milhões de desempregados desde o início de maio, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
O número de desempregados ficou em 11,8 milhões de pessoas entre 14 e 20 de junho, bem superior aos 9,8 milhões do início de maio. Com isso, a taxa de desemprego subiu para 12,3% contra 10,5% do início de maio.
O número de desempregados não vinha subindo o que se esperava diante do tamanho da crise do coronavírus, pela impossibilidade de procurar trabalho, o que caracteriza o desocupado.
Mesmo assim, há 17,3 milhões de pessoas fora da força que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho por causa da pandemia. “Esse contingente diminuiu em relação à semana anterior (18,2 milhões ou 68,0%) e em comparação com a semana de 3 a 9 de maio (19,1 milhões ou 70,7%)”, diz o comunicado.
Outro indicador de relaxamento foi a volta dos trabalhadores afastados. Cerca de 11,1 milhões (13,3% da população ocupada) estavam afastados do trabalho pelo distanciamento social. Esse contingente já foi de 16,6 milhões no início de maio. A parcela de afastados caiu de 19,8% para 13,3%. Somente em uma semana, voltou ao trabalho 1,3 milhão de pessoas.
A pesquisa mostrou que os informais ainda são o que mais estão sofrendo com a crise. A taxa de informalidade “caiu para 33,9%, tanto em relação à semana anterior (35%) quanto frente à semana de 3 a 9 de maio (35,7%)”, segundo comunicado do IBGE. Com o distanciamento social, os informais estão com dificuldades de continuar trabalhando, por isso a queda.