Governo busca aprovar pacote fiscal enquanto enfrenta impasse com parlamentares sobre emendas (Washington Costa/MF/Flickr)
Agência de notícias
Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 20h37.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta segunda-feira, 9, que o governo espera aprovar ainda nesta semana na Câmara dos Deputados os projetos de lei que compõem o pacote de corte de gastos.
A declaração ocorre em meio a um clima de insatisfação no Congresso Nacional, devido ao bloqueio de emendas parlamentares decidido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino.
Parlamentares manifestaram que a votação dos projetos do pacote econômico só será retomada quando houver o pagamento das emendas bloqueadas. Apesar da tensão, Durigan garantiu que o governo trabalha para liberar os recursos e cumprir os acordos feitos.
“Queremos fazer com que as coisas avancem ainda neste ano. Esperamos que o pacote seja votado nesta semana (e não na semana que vem). Em relação às emendas, há uma incerteza gerada pela decisão do Supremo, mas a Advocacia Geral da União (AGU) está fazendo uma interpretação com força executória dessa decisão, e a Secretaria do Tesouro vai executar com base na interpretação da AGU”, declarou Durigan antes de reunião com deputados governistas.
Flávio Dino negou o pedido da AGU para reconsiderar trechos da decisão que permitiram a retomada do pagamento das emendas parlamentares. No despacho, Dino afirmou que "não há o que reconsiderar", justificando que as determinações seguem diretamente a Constituição, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a legislação que regula as emendas.
No Senado, a leitura do parecer sobre a reforma tributária foi cancelada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Sob a presidência do oposicionista Marcos Rogério (PL-RO), a justificativa foi a falta de quórum, embora o episódio tenha sido interpretado como um protesto por parte de parlamentares.
Na semana passada, a Secretaria de Relações Institucionais solicitou ao Ministério da Fazenda a liberação de R$ 7,8 bilhões para pagamentos de emendas já empenhadas. Contudo, os repasses só devem começar a partir de sexta-feira, com os recursos chegando às prefeituras na próxima semana.