Centro de SP: O projeto prevê a construção de dois blocos por edifício; serão construídos cinco edifícios (Governo de SP/Divulgação)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 20 de fevereiro de 2025 às 14h22.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2025 às 10h39.
Marcado pela degradação nos últimos anos, o Centro de São Paulo pode estar passando por novos ares no desenvolvimento econômico. Em 2024, a região ganhou 25 mil novas empresas e vive a expectativa da geração de empregos com a nova sede administrativa do governo estadual, que será transferida para os Campos Elíseos.
Segundo a gestão Tarcísio, serão criados 38 mil empregos diretos e indiretos com a construção da nova estrutura. O investimento total das obras será de R$ 4,7 bilhões.
A execução e gestão do projeto serão realizadas por uma Parceria Público-Privada (PPP), com duração de 30 anos. O leilão está previsto para ocorrer ainda neste ano.
A nova sede vai concentrar secretarias e órgãos estaduais em um único espaço. Hoje, o governo paulista conta com mais de 22 mil funcionários distribuídos em 60 prédios em diferentes áreas da capital.
Segundo a administração estadual, a transferência busca impulsionar a atividade econômica, atrair investimentos e requalificar a região, frequentemente criticada por sua precariedade social. Hoje, o Centro é considerado degradado pela população e especialistas, sendo associado à violência e ao consumo de drogas. O novo prédio ficará na área que engloba a Cracolândia, nos arredores da Praça Princesa Isabel e da Estação Júlio Prestes.
O governo iniciou a mudança com a transferência da Secretaria da Justiça e Cidadania para o Palácio dos Campos Elíseos, além da reabertura do Museu das Favelas no Pateo do Collegio.
Os detalhes foram apresentados em audiências públicas nos dias 12 e 13 de fevereiro, e a consulta pública segue aberta até 26 de fevereiro. Durante esse período, a população e especialistas podem enviar sugestões e esclarecer dúvidas. Toda a documentação do edital está disponível para acesso livre e irrestrito no site da Secretaria de Parcerias em Investimentos.
Em meio à expectativa da mudança do centro administrativo, São Paulo já registra um aumento de novos negócios na região central.
Entre 2021 e 2024, o saldo acumulado chegou a 64 mil novas empresas, já descontadas aquelas que fecharam ou migraram para outras áreas. Com isso, o total de empresas ativas no Centro passou de 290.185, em dezembro de 2020, para 354.955, em dezembro de 2024, um crescimento de 22,3%.
No período de quatro anos, foram abertas 90.407 empresas nos distritos que compõem a subprefeitura da Sé, enquanto 25.636 fecharam ou migraram. O crescimento de novos negócios confirma a retomada econômica da região central. Esse movimento ocorre após investimentos da Prefeitura em segurança urbana e revitalização das áreas centrais da cidade.
A gestão municipal atribui os números a programas de incentivo como o Requalifica Centro e o Triângulo SP, que oferecem benefícios fiscais, incluindo isenção de IPTU e redução da alíquota de ISS para serviços de requalificação de imóveis.
Outro fator apontado é o reforço da segurança, com o aumento das rondas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar (PM) por meio da Operação Delegada, além da implantação do Smart Sampa, sistema que monitora a cidade por câmeras inteligentes.
Em 2024, o Centro registrou a abertura de 32 mil novas empresas, com saldo positivo de 25 mil na subprefeitura da Sé, que abrange os distritos de Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade, República, Santa Cecília e Sé. Esse desempenho superou o cenário pré-pandemia: em 2019, foram abertas 16 mil empresas, com saldo de 9,8 mil.
Os distritos da Sé e República estão entre os destaques nesse movimento, concentrando saldo de 21,7 mil novas empresas nos últimos quatro anos, com saldo de 13.776 - descontadas as que migraram ou fecharam. Na República, o saldo foi de 7.832 novos negócios e na Sé de 5.994.
Apenas em 2024, foram abertas 5,9 mil novos empreendimentos nos dois distritos, com saldo positivo de 3,9 mil, o que reforça sua importância como um dos principais pólos empresariais da cidade.