Taro Aso: além de ter criticado a postura do BOJ, o novo encarregado de Finanças do Japão também defendeu uma política monetária mais agressiva (REUTERS/Kim Kyung-Hoon)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 05h40.
Tóquio - O novo ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, eleito ontem pelo primeiro-ministro Shinzo Abe como sua grande aposta para revitalizar a economia do país, acusou nesta quinta-feira o Banco do Japão (BOJ) de ter "desconsiderado" o problema da deflação.
"O "BOJ" desconsiderou o problema da deflação", ao contrário do novo Governo, que prometeu alcançar uma inflação sustentada de 2%, afirmou Aso, de 72 anos, em declarações recolhidas pelo jornal econômico "Nikkei".
Aso, que foi primeiro-ministro em 2008, durante a crise econômica do caso Lehman Brothers, também cobrou mais esforços do BOJ na luta contra a deflação, que, em sua opinião, é um fator que compromete o setor empresarial e põe em risco a economia do país.
Segundo o ministro das Finanças, que também designado por Abe como vice-primeiro-ministro e ministro de Estado sobre Assuntos Fiscais, é necessário uma mudança de atitude por parte do BOJ e do Governo.
"O emissor e o Estado devem começar a mudar de atitude, a parar de acreditar que são infalíveis em suas decisões políticas", afirmou Aso em seu primeiro comparecimento após a ratificação de Abe como primeiro-ministro do Japão.
Além de ter criticado a postura do BOJ, o novo encarregado de Finanças do Japão também defendeu uma política monetária mais agressiva e uma política fiscal capaz de se sobrepor à deflação, atualmente em torno de 0%.
O novo Governo do Partido Liberal-Democrata (PLD), que se mostrou como grande vencedor nas eleições do último dia 16 de dezembro, se propôs revitalizar a economia do país asiático com um programa de medidas encaminhadas a fomentar o estímulo econômico e o investimento em infraestruturas.
Em diversas ocasiões, o novo primeiro-ministro do Japão reiterou a necessidade do BOJ se comprometer com o objetivo do governo de alcançar uma inflação estável de 2%, perante a advertência de revisar a lei e impor a meta desejada mediante a assinatura de um acordo.
Abe também não afastou a possibilidade de estudar uma possível revisão da lei que regula o Banco do Japão, a qual poderia abrir a possibilidade de compra da dívida pública diretamente das mãos do governo.