Novo ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, toma chá verde depois de assinar documento para assumir o cargo (Yuriko Nakao/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 10h32.
Tóquio - O novo ministro das Finanças do Japão, Taro Aso, procurou nesta quinta-feira acalmar as preocupações com as finanças fracas do país, dizendo que o governo não vai depender exclusivamente da dívida para financiar o estímulo econômico e tentará limitar a emissão de nova dívida no próximo ano fiscal.
O governo vai compilar pedidos de gastos para um pacote de estímulo em 7 de janeiro e finalizar a proposta logo depois, já que o primeiro-ministro, Shinzo Abe, está tentando aprovar sua agenda de aumento dos gastos em obras públicas para estimular a economia.
A independência do Banco do Japão, banco central do país, deverá ser limitada para garantir que compre dívida pública suficiente para estimular a inflação, disse um assessor de Abe à Reuters em uma entrevista em que reiterou as repetidas propostas de Abe de afrouxamento monetário "ilimitado" para acabar com quase 15 anos de deflação.
Empossado como primeiro-ministro na quarta-feira, Abe levou o seu Partido Liberal Democrata a uma vitória eleitoral esmagadora neste mês, com promessas de gastar mais e fazer com que o banco central compre mais dívida, mas isso tem alimentado o temor de que o novo governo vá atrasar a redução da dívida pública.
"Vamos controlar a emissão de títulos públicos o tanto quanto possível para garantir a confiança em JGBs", disse a jornalistas o ministro das Finanças, Taro Aso, referindo-se ao orçamento para o início do próximo ano fiscal, em abril.
"Precisamos tornar as finanças públicas sustentáveis a médio e longo prazo".
O governo anterior limitou a emissão de títulos novos a cada ano fiscal a 44 trilhões de ienes (514 bilhões de dólares) como um primeiro passo para evitar que a elevada carga da dívida do Japão, a pior entre as maiores economias do mundo, piorasse ainda mais.
O novo primeiro-ministro deu instruções ao Ministério das Finanças para a definição de medidas de estímulo econômico, sem se preocupar com a adesão a esse limite, declarou Aso aos repórteres, em em uma coletiva de imprensa depois da meia-noite, após o governo tomar posse.
O governo japonês ainda não decidiu o tamanho do pacote de estímulo, mas Abe tem dito repetidamente que quer gastar "muito" para ajudar a reduzir o déficit de produção e aliviar a deflação.