Rubem de Freitas Novaes: economista que deve presidir o Banco do Brasil é professor da FGV, já foi diretor do BNDES e presidente do Sebrae (Reprodução/YouTube)
Reuters
Publicado em 22 de novembro de 2018 às 16h09.
Última atualização em 22 de novembro de 2018 às 17h47.
Brasília - Os economistas Rubem Novaes e Pedro Guimarães comandarão, respectivamente, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, disse uma fonte de alto escalão que atua na transição do governo e que tem conhecimento do assunto.
De acordo com a fonte, que pediu para não ter seu nome revelado, os nomes de Novaes e Guimarães serão oficializados em nota a ser divulgada ainda na tarde desta quinta pela equipe de transição de Bolsonaro.
Na noite anterior, a mesma fonte havia informado que o governo de transição estudava quatro nomes para quatro postos-chave — além do BB e da Caixa, e as Secretarias de Privatização e de Comércio, mas que os nomes ainda iriam ser batidos com Bolsonaro.
Pouco antes, tanto Novaes quanto Guimarães confirmaram a jornalistas que estavam conversando sobre os cargos com o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, mas não poderiam confirmar as indicações, o que deveria ser feito pelo ministro ou pelo presidente.
Rubens Novaes, professor da Fundação Getúlio Vargas, já foi diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e presidente do Sebrae.
Ele é PhD em economia pela Universidade de Chicago e defende uma linha econômica liberal — a favor de privatizações, desregulamentação, cortes públicos e redução de impostos.
Pedro Guimarães, sócio-diretor do Banco Brasil Plural, foi responsável pela montagem da gestora de produtos estruturados do Grupo Brasil Plural tendo como foco inicial a reestruturação de empresas e a venda via mercado de capitais.
É Ph.D. em Economia pela Universidade de Rochester e é considerado um especialista em privatizações, também de perfil liberal — seu nome chegou a ser considerado para a secretaria que cuidará da área no futuro governo.
"Ele tem uma ideia muito clara na cabeça: vender subsidiárias de empresas públicas destrava muito valor para seus acionistas", afirmou fonte que conhece o perfil e ideias que Pedro Guimarães defendia antes de assumir a CEF.
"Certamente irá fazer um programa agressivo de desinvestimento na CEF, como vender áreas de seguros e cartões. Deve ter sido colocado lá justamente pra fazer isso. Ele tem muitas ideias, e precisa de um time com muito foco para fazer as coisas andarem", acrescentou a fonte. "Para a CEF pode fazer algum sentido, para dar alívio de capital e melhorar a gestão."
No final de agosto, o atual presidente da Caixa, Nelson Antonio de Souza, afirmou à Reuters que o banco usará recursos de um acordo feito com a seguradora francesa CNP Assurances para fortalecer sua estrutura de capital e aumentar sua capacidade de oferta de crédito.
O acordo prevê que a CNP Assurances pagará 4,65 bilhões de reais para poder vender produtos das áreas de vida, prestamista e previdência até 2041 nas agências da Caixa Econômica Federal.
De janeiro a setembro, o lucro líquido somado de Banco do Brasil, Caixa e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) cresceu 55 por cento em relação ao mesmo período de 2017, para 26,9 bilhões de reais.
O resultado, obtido em um ano eleitoral, foi obtido com uma combinação de redução de custos administrativos, aumento das receitas com tarifas e encolhimento do crédito.