Inflação: pelo consenso de mercado, a taxa mês a mês deve ficar numa alta de em torno de 0,13% (Germano Lüders/Exame)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2018 às 06h28.
Última atualização em 10 de abril de 2018 às 07h18.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta terça-feira os números de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA.
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A tendência é que o índice continue uma trajetória de queda, fazendo com que bancos e consultorias revisem previsões. Pelo consenso de mercado, a taxa mês a mês deve ficar numa alta de em torno de 0,13%, com o acumulado de 12 meses em 2,71%.
Nos dois referenciais, a taxa fica mais baixa que o mês de fevereiro, em que o IBGE anunciou um índice de 0,32% em relação ao mês anterior e 2,84% no mesmo mês de 2017.
A projeção para a inflação de 2018 foi reduzida nesta segunda-feira pela 10ª vez seguida, aponta o boletim Focus, do Banco Central. A meta oficial para este ano é de 4,5%, com margem de 1,5 ponto porcentual.
A previsão é de 3,53%, um ajuste leve de 0,01 ponto percentual. Para 2019, houve ajuste de 0,01 ponto para cima, chegando a 4,09%.
Os números em queda acentuam a previsão de que o Banco Central realize mais um corte na taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, nos dias 15 e 16 de maio.
“O cenário básico para a inflação evoluiu de forma mais benigna que o esperado nesse início de ano”, disse o órgão em março.
“Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional.” Pelo consenso de mercado, será feito novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa, chegando a 6,25%.
Apesar de juro e inflação baixos serem uma boa notícia, o desempenho da economia causa alguma preocupação. Projeções de mercado e bancos para o PIB estão sendo reajustadas para baixo, de 2,84% para 2,8%.
A situação coloca em xeque novamente o ritmo do corte de juros do BC, acusado de lentidão. A incerteza eleitoral continua afugentando investimentos e a criação lenta de empregos mantém o endividamento das famílias. Mesmo ontem, no primeiro dia de negociações após a prisão de Lula, o mercado apresentou sinais trocados, com o dólar subindo 1,54% e batendo 3,42 reais, no maior valor desde 2016.
Era para ser o contrário. A análise corrente é que a melhora econômica vem, mas não está livre de sobressaltos. Já o cenário político continua repleto de incertezas.