Takehiko Nakao: "Hoje, compartilhamos a opinião de que cada país deve colocar sua casa em ordem buscando políticas monetárias, fiscais e estruturais apropriadas" (REUTERS/Bobby Yip)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 09h03.
Tóquio - O Japão vai buscar garantir a seus parceiros do G20 que sua determinação em impulsionar a economia com expansão monetária agressiva irá beneficiar outros países e compensar qualquer possível efeito negativo, afirmou nesta quarta-feira o vice-ministro das Finanças para assuntos internacionais do país.
Takehiko Nakao falou um dia depois de o Japão e outros países ricos do G7 declararem que políticas fiscais e monetárias não serão direcionadas para desvalorizar moedas e reafirmarem um compromisso com taxas cambiais determinadas pelo mercado.
Autoridades dos EUA e da Europa têm demonstrado privadamente preocupação com comentários de autoridades japonesas que pareciam sugerir que Tóquio buscava um nível específico para o iene.
"Hoje, compartilhamos a opinião de que cada país deve colocar sua casa em ordem buscando políticas monetárias, fiscais e estruturais apropriadas e essa seria a melhor contribuição para a economia global", disse Nakao em entrevista à Reuters.
O comunicado do G7 foi considerado como algo para acalmar os temores de que Tóquio buscava desvalorizar o iene com seu afrouxamento monetário agressivo, o que provocou rumores no mercado de guerras cambiais iminentes se outros fizerem o mesmo.
Os mercados, entretanto, responderam de maneiras diferentes, sem ter certeza se veem o comunicado como um alerta a Tóquio ou uma aprovação a sua busca por expansão monetária que desde outubro desvalorizou o iene em 15 por cento contra o dólar, para mínimas de três anos.
Nakao recusou-se a entrar em tal especulação, dizendo apenas que o comunicado do G7, emitido antes da reunião em 15 e 16 de fevereiro do G20 de economias desenvolvidas e emergentes em Moscou, era para ser um sinal de unidade do bloco.
"O motivo por termos divulgado o comunicado do G7 antes do G20 é porque é realmente importante ter uma postura compartilhada sobre taxas cambiais e políticas monetária e fiscal." Tóquio tem defendido repetidamente suas ações, dizendo que a queda do iene, por si só uma reversão dos excessos anteriores da moeda, foi meramente um efeito colateral das políticas que visam a tirar a economia de quase duas décadas de estagnação e deflação.