Ao longo de 4,8 km, cerca de 5.000 pessoas pararam agitando uma folha rosa ("Pink slip"), usada nos EUA pelos empregadores para avisar ao empregado de sua demissão (Andrew Burton/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2012 às 14h47.
Nova York - Cerca de 5.000 manifestantes formaram nesta terça-feira uma fila de quase 5 km de comprimento no centro de Nova York para protestar contra o desemprego nos Estados Unidos, que afeta 14 milhões de pessoas na primeira economia mundial.
"Formamos uma única fila para representar os 14 milhões de desempregados nos Estados Unidos. É uma representação da maior fila de desemprego do mundo", disse à AFP Yana Landowne, uma das organizadoras do protesto na tradicional rua Broadway, de Wall Street, até a Union Square, no sul de Manhattan.
Ao longo de 4,8 km, cerca de 5.000 pessoas segundo os organizadores pararam a cada um ou dois metros durante 14 minutos a partir das 08h14 locais (11h14 de Brasília) agitando uma folha rosa ("Pink slip"), usada nos Estados Unidos pelos empregadores para avisar ao empregado de sua demissão.
A data escolhida para o protesto coincide com a "Super Terça" das primárias republicanas, em que são realizadas votações em dez estados.
"Queremos que o desemprego seja parte do debate, que todo o mundo saiba que é um grande problema neste país", afirmou Landowne, diretora de teatro independente que disse estar "muito ligada ao isolamento que as pessoas sentem quando não têm emprego".
Para Joel Sosinsky, aposentado de 62 anos, a manifestação é um "apoio a milhões de americanos que perderam seus trabalhos durante a recessão" e uma forma de "chamar a atenção" para as eleições presidenciais de novembro, que ele considera "cruciais".
"A geração de emprego é uma questão-chave nesta eleição. Trata-se de saber se continuamos o que o governo democrata começou, que mostra um aumento gradual do emprego, certamente não o suficientemente rápido e satisfatório para todo mundo, ou se retrocedemos quatro anos", explicou.
A taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu nos últimos meses de 9% em setembro para 8,3% em janeiro, voltando a seu nível de fevereiro de 2009, graças a um forte aumento do ritmo de contratações.