A votação foi 217-215, com todos os democratas votando não (Divulgação/Casa Branca/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 27 de abril de 2023 às 06h50.
Os republicanos aprovaram nesta quarta-feira, 26, na Câmara dos Representantes um projeto de lei propondo aumentar o limite de empréstimos de US$ 31,4 trilhões do país em troca de cortes profundos nos gastos do governo. O objetivo do partido é iniciar as negociações com o presidente dos EUA, Joe Biden, antes de um prazo que se aproxima para o governo federal evitar o calote. A legislação agora vai para aprovação Senado, controlado pelos democratas, onde encontrará resistência.
A votação foi 217-215, com todos os democratas votando não. Quatro republicanos se opuseram ao projeto de lei, depois que o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, fez mudanças e promessas de última hora. A margem estreita destacou as políticas complicadas que devem atrapalhar o debate sobre o teto da dívida.
Os republicanos exigem reduções de gastos em troca de concordar em aumentar o teto da dívida. Biden e os democratas demandam um aumento sem condições, como previsto na constituição dos Estados Unidos.
Os EUA enfrentaram o limite da dívida em janeiro, mas desde então vêm usando manobras contábeis especiais para evitar a violação do teto. Por quanto tempo será possível continuar implantando essas estratégias é incerto, com os analistas esperando que elas se esgotem em breve, talvez já em junho. Se o teto da dívida não for aumentado, os EUA podem deixar de pagar a dívida e outras obrigações, categorizando "default".
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, "deixou claro" que o projeto aprovado nesta quarta-feira, 26, na Câmara dos Representantes americana "não tem qualquer chance de se tornar lei", informou a Casa Branca. Em nota, o governo reforça que os republicanos do Congresso devem agir de forma imediata e sem condições para evitar o default na dívida pública e garantir a credibilidade dos EUA.
A Casa Branca alega que o projeto aprovado pelo partido republicano prevê cortes em áreas sociais importantes e desvia empregos na área industrial para o exterior, enquanto "luta" para estender cortes nos impostos para corporações lucrativas e ricas. "O presidente Biden nunca forçará as famílias de classe média e trabalhadora a arcar com o ônus dos cortes de impostos para os mais ricos, como faz este projeto de lei", ressalta o comunicado.
A nota ainda lembra que diversos especialistas estão alertando sobre o risco do default na economia americana, o que poderia gerar uma crise financeira.
Votado no início da noite, o projeto de lei foi aprovado por uma margem reduzida na Câmara e agora vai para votação no Senado, onde deve encontrar resistência da maioria democrata. O projeto é defendido pelo presidente da Câmara, Kevin McCarthy, e outros republicanos como instrumento de negociações para aumentar o teto da dívida, sob condição de ajustes e limitações orçamentárias nos próximos anos.