Economia

Nokia diz que leilão para 5G no Brasil pode ser o maior do mundo

Após lançar no Uruguai a primeira rede comercial 5G da América Latina, a finlandesa agora mira o Brasil, seu maior mercado na região

5G: Nokia acredita que Brasil estará entre os primeiros países latino-americanos a implementarem a rede de ultrarrápida (sarayut/Getty Images)

5G: Nokia acredita que Brasil estará entre os primeiros países latino-americanos a implementarem a rede de ultrarrápida (sarayut/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 6 de agosto de 2019 às 18h03.

São Paulo — A fabricante finlandesa de equipamentos para telecomunicações Nokia espera que o Brasil sedie no próximo ano o maior leilão de frequência para tecnologia 5G no mundo, figurando entre os primeiros países latino-americanos a implementarem a rede de ultrarrápida, disse um executivo de alto escalão da empresa à Reuters.

Depois de se aliar à operadora estatal uruguaia Antel para lançar a primeira rede comercial 5G da América Latina, a Nokia agora está mirando o Brasil, seu maior mercado na região.

"Vemos vontade política para realização de um grande leilão de frequência no primeiro trimestre de 2020. Eu acho plausível dizer que o grande presente de Natal no ano que vem deve ser um aparelho 5G", afirmou Wilson Cardoso, diretor de soluções para América Latina, em entrevista na segunda-feira.

O órgão regulador de telecomunicações no Brasil, Anatel, ainda está definindo as regras do leilão, após decidir em maio que tanto a frequência 2,3 GHz quanto a 3,5 GHz serão alocadas ao 5G.

Outras bandas como a 26 GHz e a 700 MHz, que suportam comunicações de baixa latência adequadas para uso industrial, também podem ser adicionadas ao mesmo leilão, esperado para março, de acordo com a agência reguladora.

Se todas as quatro forem leiloadas conjuntamente, alertou Cardoso, será o maior leilão único de frequência para 5G no mundo.

"As jóias da coroa são certamente os blocos em 26GHz e 700 MHz, mas quanto mais frequência disponível menor deve ser a especulação de preço entre os participantes do leilão", explicou o executivo.

A Nokia começou a testar as tecnologias para 5G no Brasil em fevereiro do ano passado em parceria com a TIM, subsidiária brasileira da Telecom Italia.

Desde então, o grupo finlandês também conduziu testes com outras operadoras no país, mas Cardoso recusou-se a identificá-las, uma vez que os projetos ainda são confidenciais.

Assim como a sueca Ericsson e a chinesa Huawei Technologies, a Nokia também vem colaborando com a Anatel antes do leilão, acrescentou o executivo.

Questionado se as preocupações de espionagem levantadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, contra a rival Huawei beneficiaram os negócios da Nokia no Brasil e no exterior, ele afirmou que a companhia finlandesa está "aproveitando todas as oportunidades que surgem".

"Somos a alternativa ocidental aos produtos da Huawei e o competidor direto dela, já que nossos portfólios de fim-a-fim são bem compatíveis", comentou Cardoso.

A Nokia já assinou 45 contratos comerciais em 30 países em todo o mundo para fornecer equipamentos para redes 5G, dos quais 10 encontram-se em operação, de acordo com a empresa. Só na América, foram assinados 3 contratos, incluindo o firmado em abril com a uruguaia Antel.

Em 2018, a companhia investiu pouco mais de 20% da receita em pesquisa e desenvolvimento, incluindo tecnologias para 5G.

Acompanhe tudo sobre:5GNokiaTelecomunicações

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo