Economia

Produção de materiais de construção desacelerou no segundo semestre

De janeiro a junho a queda acumulada foi de 1,2%, mas resultados de julho e agosto sinalizaram reação

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2011 às 17h44.

São Paulo – Na comparação com iguais períodos de 2010, a produção de materiais de construção cresceu 2,4% no segundo trimestre deste ano, contra mais de 5,5% no trimestre anterior. A apuração é da Análise Setorial da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), realizada em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com a análise, o faturamento real da indústria do setor teve queda de 2% no segundo trimestre, na comparação com igual período de 2010 e, de janeiro a junho (2011), a queda acumulada foi apurada em 1,2%. Contudo, diz a associação, os meses de julho e agosto já dão algum sinal de reversão desse quadro.

Considerando a comparação com julho e agosto de 2010, o faturamento real da indústria de materiais de construção teve alta de quase 3%, aponta a análise da Abramat. No varejo de materiais de construção, no segundo trimestre deste ano o faturamento deflacionado cresceu 10,8%, frente ao igual período de 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho - comenta a Abramat, foi ligeiramente menor do que o trimestre anterior, quando as vendas reais cresceram 13%.

O primeiro semestre deste ano apresentou crescimento de 11,9% em relação ao mesmo período de 2010. Na comparação com 2009, o primeiro semestre de 2010 apresentou crescimento de 19,6%.


“O descompasso entre o faturamento real das vendas reais da indústria e do varejo pode estar associado a um movimento de compra de mais produtos importados pela revenda, o que contribui para a desaceleração na indústria”, aponta o presidente da Abramat, Walter Cover.

Construção civil - A associação comenta também que no primeiro semestre de 2011, segundo o IBGE, a produção de insumos típicos de construção cresceu 3,9% em relação ao primeiro semestre de 2010 que, por sua vez, cresceu 8% frente ao igual período de 2009.

Lembra ainda a Abramat que o mercado imobiliário também começa a dar sinais de desaceleração, nas principais capitais do país. Na região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, as vendas recuaram 24,4% até julho, na comparação com o mesmo período de 2010.

As empresas de construção veem apresentando desaceleração em 2011, quando visto pela geração de novos postos de trabalho, continua a associação, mencionando que entre janeiro a julho o número de trabalhadores com carteira no setor, em todo o país, aumentou 9,7% em relação ao mesmo período de 2010, ano em que a taxa de crescimento do emprego alcançou 14,5%, na mesma relação de referência.

“A cadeia da construção civil é muito importante para toda a economia do país, representando em 2010 mais de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e seu desempenho tem forte efeito multiplicador. A indústria de materiais é alavanca para a inovação e o desenvolvimento do setor, e a indústria brasileira está pleiteando ações junto ao governo para melhorar sua competitividade”, finaliza o presidente da Abramat, Walter Cover.

Acompanhe tudo sobre:Construção civilIndústriaIndústrias em geralMateriais

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo