Trudeau: canadense recebe o americano para o encontro do G7, que deve ser marcado pelo ressentimento dos presentes a Trump (Carlos Barria/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 8 de junho de 2018 às 06h05.
Última atualização em 8 de junho de 2018 às 08h23.
O G7, grupo que reúne as 7 nações mais ricas do mundo, começa nesta sexta-feira uma nova cúpula em Quebec, no Canadá, com um convidado inconveniente. É, claro, Donald Trump, o presidente americano, que recentemente conseguiu conquistar a antipatia da maioria dos membros que estarão reunidos hoje — Japão, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido e Itália. A razão são as tarifas de 25% sobre aço e 10% sobre o alumínio que Trump impôs a aliados na Europa e no Canadá há uma semana.
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As tarifas conseguiram desagradar até mesmo aos aliados mais próximos, como o presidente Francês Emmanuel Macron, que recebeu o primeiro jantar de Estado do mandato do republicano e é tratado com altas regalias nos Estados Unidos. Macron não gostou nada das imposições tarifárias americanas e convocou os outros membros do G7 a se levantar contra as políticas comerciais de Trump, diante do que ele descreveu como “uma ameaça de nova hegemonia dos Estados Unidos”.
Trump, por sua vez, não parece muito preocupado. Nos últimos dias, reclamou para seus assistentes sobre ter de ir ao Canadá para o encontro, o que atrapalharia suas preparações para a reunião com o ditador norte coreano Kim Jong-un, marcada para a próxima semana. Ele também comumente expressa desdém por alguns dos líderes presentes, como a chanceler alemã Angela Merkel e a primeira ministra britânica Theresa May.
Para o dono da casa, primeiro ministro canadense Justin Trudeau, o encontro vem num momento decisivo. O Canadá tem nos Estados Unidos o principal destino de suas exportações de aço e os dois países mantêm uma relação comercial de 1,4 trilhão de dólares em que os americanos são responsáveis por 70% de todas as trocas canadenses. Isso sem falar no risco de Trump cancelar o Tratado Comercial da América do Norte (Nafta).
Com muito a perder na economia e uma aprovação pública de apenas 35% — menor que a do próprio Donald Trump, que tem 41,9% de aprovação — o carismático Trudeau precisa definir um plano de ação para lidar com o americano. Ele e todos os outros cinco líderes presentes.