Pizza: desde o começo do ano até agora, os brasileiros já pagaram cerca de 880 bilhões de reais em impostos, segundo o Impostômetro (Tomas Rangel / Veja Rio)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 10h47.
São Paulo – Os brasileiros já sabem que, por aqui, um carro popular pode custar até um terço a mais do que no México. Em reportagem dessa semana, o jornal americano New York Times destaca e tenta entender os altos preços de diferentes produtos no Brasil.
O jornal cita preços de aluguéis, passagens de ônibus, celulares e até da pizza para expor a diferença nos preços e serviços. O New York Times cita a inflação, os gargalos no transporte e o protecionismo como fatores que influenciam nos preços altos mas conclui que, segundo os economistas, muito da culpa pelos altos preços está no “sistemas de impostos disfuncional”.
De acordo com a reportagem, o sistema de impostos brasileiro prioriza taxas de consumo, que são relativamente fáceis de coletar, em detrimento do imposto de renda. Lacunas nas leis permitem que os mais ricos, assim como investidores e grandes empresas, evitem a taxação de grande parte de sua renda. Pequenas empresas e as classes média e baixa acabam não tendo o mesmo benefício.
Além disso, com os produtos mais caros que no exterior, alguns brasileiros preferem comprar em outros países – e até tentam burlar as regras de importação de produtos, segundo o jornal que destaca como uma iniciativa positiva o detalhamento de impostos nas notas fiscais.
Nesse ano, pela quarta vez consecutiva, o Brasil ocupa o último lugar quanto a oferta de serviços públicos de qualidade à população entre os 30 países com as maiores cargas tributárias do mundo, segundo estudo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Desde o começo do ano até agora, os brasileiros já pagaram cerca de 880 bilhões de reais em impostos, segundo o Impostômetro. A arrecadação permitiria comprar mais de 32 milhões de carros populares, segundo o medidor de arrecadação de impostos.