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Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2014 às 14h05.
Rio de Janeiro - Na avaliação do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, as medidas de adequação da política fiscal que preveem um contingenciamento adicional de mais de R$ 10 bilhões no Orçamento - o equivalente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) - são significativas e vão contribuir para a manutenção do crescimento da economia em um patamar sustentável no médio e no longo prazos.
Barbosa confirmou as projeções do governo federal de que a economia brasileira crescerá entre 7,5% a 8,5%, no primeiro trimestre, mas destacou que esse crescimento é mais perceptível por marcar a saída da crise financeira mundial. "O crescimento mais forte, neste primeiro trimestre, é uma consequência natural da saída da crise e é bom não esquecer que, no trimestre mais agudo da crise, o último de 2008, a economia brasileira caiu mais de 13% e, agora, é normal que ela volte subindo um pouco mais, para depois se acalmar em um novo patamar".
O secretário ressaltou o fato de que as previsões do mercado, hoje, são divergentes quanto ao crescimento do primeiro trimestre de 2010, muitas apontando para uma expansão ainda maior do PIB. "Mas há um consenso de que, ao final deste ano, a economia brasileira estará crescendo a um ritmo entre 4,5% a 5,5%. Terá retornado exatamente ao ritmo proposto pelo PAC 1 [Programa de Aceleração do Crescimento], que é o que o governo considera sustentável".
Ele admitiu, porém, que o governo trabalha para aumentar este crescimento ainda mais e que o PAC 2 já embute uma proposta de crescimento de 5,5%, em média, entre 2011 e 2014. "E manter um crescimento médio entre 5,5% a 6% é perfeitamente factível", disse. Para Barbosa, os cortes já anunciados pelo governo são adequados para a capacidade fiscal da economia e para conduzir a economia para um crescimento sustentável no médio prazo. Segundo o secretário, a escolha das áreas que seriam prejudicadas com o contingenciamento obedeceu a um critério de prioridades.
Sobre as previsões do mercado de que o crescimento pode estar acelerado, Barbosa lembrou que as projeções ainda não embutem os cortes anunciados pelo governo e que os analistas vão "readequar" suas previsões na medida em que os efeitos dessas medidas forem surgindo. "O quadro que a gente tem hoje é que os números podem variar pontualmente, mas que o quadro qualitativo aponta para um crescimento mais forte no primeiro trimestre, desacelerando ao longo do ano para um ritmo anual entre 4,5% a 5,5%, ao final do ano".
Barbosa admitiu que a alta de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), promovida na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), vai gerar uma despesa maior para o governo do ponto de vista do pagamento dos juros, mas ressaltou a importância da medida no controle da inflação. "A Selic tem por objetivo o controle da inflação. O que pauta a atuação da taxa é manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo governo, ou, como é o caso atual, fazer a inflação convergir para a meta em um prazo adequado".