Economia

Negociações do acordo Mercosul-UE devem ficar para novembro

Os negociadores europeus defendem que demais pontos da proposta poderiam compensar a oferta pobre de carne e etanol

Mercosul: "O que fica no ar agora é o acesso a mercados", disse a fonte (Mercosul/Divulgação)

Mercosul: "O que fica no ar agora é o acesso a mercados", disse a fonte (Mercosul/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 21h36.

Brasília - Ficou para novembro a abertura das negociações de acesso a mercados dentro do acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul, depois que uma oferta frustrante dos europeus nos setores de carne e etanol impediu que se levasse adiante, nesta rodada em Brasília, as conversas centrais sobre mercados, disse à Reuters uma fonte próxima das negociações.

"O que fica no ar agora é o acesso a mercados. O Mercosul transmitiu para a União Europeia que a oferta (de etanol e carne) estava abaixo do combinado e que era preciso a gente sentar e combinar um processo que permita uma negociação final", disse a fonte.

Os negociadores confirmaram nesta quarta que a oferta final europeia para os dois setores é de 70 mil toneladas de carne e 600 mil toneladas de etanol por ano.

Os números são inferiores aos oferecidos em 2004 - de 100 mil toneladas de carne e 1 milhão de toneladas de etanol - e foram considerados decepcionantes pelos negociadores e pelo setor privado do Mercosul.

O acordo entre os dois blocos era de que a oferta desta vez teria que ser melhor do que a de 2004.

Os negociadores europeus defendem que demais pontos da proposta poderiam compensar a oferta pobre de carne e etanol.

Sandra Gallina, negociadora-chefe da UE, afirmou, em um encontro na terça-feira na Agência de Promoção a Exportações (Apex), que já havia sido muito duro chegar nessa oferta, dada as divergências internas do bloco.

"Entendo que é difícil, mas para mim também foi duro com setor automotivo, com setor de máquinas. Isso não é argumento", disse a fonte.

Nesta quinta, os negociadores vão sentar para acordar pelo menos um método de trabalho - limites para que as ofertas sejam melhoradas para a próxima rodada de negociações, no início de novembro. Será mais uma tentativa de evoluir e começar realmente a conversar sobre acesso a mercados, ponto central do acordo.

"Para melhorar disso tenho que ter algum critério. Não é qualquer um coloca o quer", explicou a fonte. "Mas não tem drama nenhum, ninguém disse que acabou."

Os europeus haviam colocado como prazo a intenção de fechar o acordo até dezembro. Do lado do Mercosul, o prazo nunca foi colocado como determinante. Com essas dificuldades, a possibilidade de se chegar ao acordo nos próximos dois meses diminuem, admite a fonte.

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