Economia

União Econômica Eurasiática analisa plano contra crise

O bloco econômico formado por Rússia, Belarus e Cazaquistão que normalizar trocas comerciais entre os países, que vêm sendo afetadas pela queda do petróleo


	Putin levantou até a possibilidade de estabelecer uma união monetária entre Rússia, Belarus e Cazaquistão
 (Sergei Karpukhin/Reuters)

Putin levantou até a possibilidade de estabelecer uma união monetária entre Rússia, Belarus e Cazaquistão (Sergei Karpukhin/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2015 às 13h26.

Astana, 20 mar (EFE).- Cazaquistão, Belarus e Rússia "devem criar um plano conjunto para enfrentar a crise", disse o presidente cazaque, Nursultan Nazarbayev, após a reunião trilateral realizada nesta sexta-feira pelos presidente dos três países.

"Nossa economia em 2015 exige um debate pormenorizado sobre nossa cooperação", disse Nazarbayev, que acrescentou que "será um ano de grandes desafios e riscos" para a União Econômica Eurasiática (UEE).

O líder cazaque fez esta declaração durante a reunião com Vladimir Putin e Aleksandr Lukashenko.

"Devemos falar da atual situação no mundo pela ótica da crise que vivenciamos", disse Nazarbayev, que atribuiu as dificuldades econômicas mundiais e, em particular, as regionais à queda do preço do petróleo.

Segundo ele, foi por este motivo que as trocas comerciais entre os membros da UEE diminuíram ano passado.

"Sabíamos que enfrentaríamos estes riscos e nossa tarefa agora é chegar em acordos e falar em termos de negócios sobre todos estes assuntos", disse Nazarbayev.

Putin levantou a possibilidade de estabelecer uma união monetária entre Rússia, Belarus e Cazaquistão.

"Achamos que é o momento de falar da possibilidade de formar uma união monetária em longo prazo", disse Putin.

O líder russo assegurou que "trabalhar lado a lado cria mais possibilidades para proteger o mercado financeiro global".

Já o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, indicou que, antes de tomar qualquer tipo de decisão, os três governos "devem tratar assuntos específicos e tomar decisões concretas".

Somente os três sócios-fundadores da UEE participaram da reunião em Astana, a Armênia entrou em 2 de janeiro, um dia depois de a União passar a vigorar.

Segundo cálculos dos promotores do projeto, o efeito sinérgico da união poderia representar em dez anos um crescimento adicional de entre 17% e 20% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada um dos membros da UEE.

A integração eurasiática inclui a livre circulação de mercadorias, capitais, serviços e força de trabalho, e a coordenação das políticas econômicas.

Setores como agricultura, construção e comércio se liberalizaram em 1º de janeiro, e em outros acontecerá gradualmente. O mercado comum de energia elétrica na UEE deverá esperar até 2019, e o de hidrocarbonetos começará a operar no mais tardar em 2025.

Os três líderes também falaram sobre a situação na Ucrânia e concordaram em "buscar uma solução realista" ao problema.

O presidente cazaque se mostrou contrário a uma intervenção militar e defendeu que a Ucrânia deve "manter sua integridade territorial", enquanto Lukashenko ressaltou que a situação atual "não beneficia ninguém".

Os presidentes de Cazaquistão, Rússia e Belarus voltarão a se reunir em 8 de maio, desta vez em Moscou.

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