Dracma (Chris Hondros / Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2012 às 11h20.
WASHINGTON - Se e quando os estrategistas políticos finalmente decidirem que a Grécia deverá deixar o euro, a saída pode ser tão rápida que as "novas cédulas da dracma" poderiam não ser impressas a tempo.
A princípio, algumas das consequências a longo prazo de Atenas deixar o bloco monetário não deixam de ser atraentes. A zona do euro não teria mais que se preocupar com o que sempre foi seu elo mais fraco. Embora uma nova moeda grega certamente iria ter seu valor derrubado assim que fosse emitida, ao fazê-lo tornaria a economia grega muito mais competitiva.
Mas os efeitos a curto prazo seriam brutais, tanto internamente quanto na economia global. Uma Grécia pós-euro poderia se encontrar lutando para importar alimentos e combustível, com a vida cotidiana reduzida à troca de bens e serviços e o governo incapaz de pagar aos trabalhadores em qualquer coisa que eles gostariam de receber.
"Seria o caos", diz Marios Efthymiopoulos, acadêmico visitante do Centro Avançado para Estudos Internacionais da Universidade John Hopkins e presidente da Global Strategy, entidade sediada em Thessaloniki.
"Os bancos entrariam em colapso e seria preciso nacionalizá-los. Você não seria capaz de pagar ninguém, a não ser em cupons. Há apenas uma impressora (de moeda) na Grécia. Está no museu de Atenas e não funciona mais".
O custo de administrar o que está sendo chamado de "grexit" -com sua saída resultando em turbulência no mercado global e presão financeira colossal sobre a Espanha e a Itália- poderia diminuir a despesa de manter a Grécia em um sistema de suporte financeiro.
Mas com os Estados do norte da Europa -e seus eleitorados- ficando cansados de resgates financeiros, a probabilidade está claramente aumentando.