Economia

“Não tinha cabimento manter as regras antigas da poupança”, diz Belluzzo

Para o economista, os poupadores terão que se acostumar porque é assim no mundo inteiro

Para Belluzzo, com as novas regras da poupança, "vão deixar de ganhar aqueles que não deveriam ganhar. Era uma anomalia", disse. (Agência Brasil)

Para Belluzzo, com as novas regras da poupança, "vão deixar de ganhar aqueles que não deveriam ganhar. Era uma anomalia", disse. (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2012 às 13h22.

São Paulo – Para o economista e diretor da faculdade de Campinas, Luiz Gonzaga Belluzzo, “não tinha cabimento” manter a antiga regra de remuneração da poupança. O economista elogiou a forma cautelosa como foi feita a mudança. “A maneira como foi feita foi muito habilidosa, compatível com a queda dos juros”, disse.

“Os poupadores terão que se acostumar, é assim no mundo inteiro”, disse Belluzzo. Para o economista, é natural que a população demore a ver os benefícios da mudança, uma vez que há o trauma gerado pela captura de ativos no plano Collor. “Tudo isso aumentou a insegurança e perpetuou a manutenção das regras anteriores”, disse. 

Belluzo afirmou que a alteração das regras da poupança não é uma questão partidária. Segundo o economista, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pegou uma sucessão de crises financeiras. “(naquela época) você não conseguia estabilizar a economia”, afirmou. Com a estabilização, por volta de 2003, “não tinha mais cabimento” manter aquelas regras, segundo o economista.  “Estamos caminhando na direção de uma economia normal”, afirmou. 

"Há um conflito entre as idiossincracias do poupador brasileiro e ter um sistema financeiro capaz de produzir crédito para gerar investimentos", disse. Para Belluzzo é importante que a taxa de juros caia para financiar o gasto e beneficiar o emprego. "Vão deixar de ganhar aqueles que não deveriam ganhar. Era uma anomalia", disse. 

De acordo com as novas regras da poupança, para os depósitos realizados a partir de hoje, a remuneração da poupança será alterada sempre que a Selic estiver abaixo ou igual a 8,5% ao ano. Nessas condições, a poupança será remunerada pela Taxa Referencial (TR) mais 70% da Selic. Quando a Selic estiver acima desse patamar, vale a regra atual. Atualmente a Selic está em 9,0%.

Belluzzo foi professor da presidente Dilma Rousseff na Unicamp, na disciplina “Paradigmas Econômicos”, e avalia a ex-aluna como “uma boa economista”. 

Belluzzo participou hoje do Seminário Rumos da Economia, em São Paulo.

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