Economia

Não se trata de proibição, mas de saúde, diz UE sobre Carne Fraca

Após a Operação Carne Fraca, a Comissão Europeia decidiu suspender importações dos 21 frigoríficos investigados pela Polícia Federal

Vytenis Andriukaitis: "não se trata de proibições. Se trata de confiança, da saúde das pessoas, segurança alimentar, confiança no comércio, responsabilidade e eficiência" (Pilar Olivares/Reuters)

Vytenis Andriukaitis: "não se trata de proibições. Se trata de confiança, da saúde das pessoas, segurança alimentar, confiança no comércio, responsabilidade e eficiência" (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de março de 2017 às 15h33.

Rio de Janeiro - O comissário para Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia, Vytenis Andriukaitis, afirmou nesta segunda-feira, 27, que as autoridades da Europa querem agir "o mais rápido" possível para mudar a situação em relação às importações de carne do Brasil.

Como desdobramento da Operação Carne Fraca, deflagrada no último dia 17, a Comissão Europeia decidiu suspender importações dos 21 frigoríficos investigados pela Polícia Federal (PF).

Para discutir a decisão, Andriukaitis chegou ontem à noite ao Rio e segue ainda hoje para Brasília, onde ficará até quarta-feira (29), em visita oficial.

O comissário recusou-se a usar a palavra "proibição" sobre a suspensão das importações de carne brasileira.

"Não se trata de proibições. Se trata de confiança, da saúde das pessoas, segurança alimentar, confiança no comércio, responsabilidade e eficiência", disse Andriukaitis, após visita à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio, pouco antes de seguir para Brasília, reforçando a mensagem passada em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".

Questionado sobre um prazo para acabar com a suspensão, o comissário disse que o objetivo é resolver a questão o quanto antes, mas não estabeleceu data.

"Vamos ver como garantir segurança alimentar, questões de saúde pública e agir o mais rápido possível para mudar a situação e atingir melhores resultados e restaurar a confiança", disse Andriukaitis.

Segundo o comissário, os sistemas oficiais de controle sanitário existem porque as pessoas precisam receber comida segura.

Dessa forma, esses sistemas devem agir para criar confiança e, por isso, devem reagir a crises, que sempre ocorrem. "Todas as crises sempre afetam o sentimento das pessoas de que alguma coisa não está boa nos sistemas. Todas as crises, não importa o motivo. Devemos ter sistemas oficiais para enfrentar todas as crises que ocorrem de tempos em tempos", disse Andriukaitis.

O comissário elogiou o sistema de controle europeu. Segundo ele, o sistema oficial de controle da União Europeia (UE) reage de forma imediata se algo acontece. "Vamos ajudar o Brasil a fazer o mesmo", afirmou Andriukaitis, que é lituano.

Questionado se o sistema de controle brasileiro é confiável, Andriukaitis disse que conversará sobre isso amanhã, com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi.

"Discutimos desde o início quais medidas devem ser introduzidas e vamos discutir amanhã mais uma vez quais medidas, do nosso ponto de vista, são mais efetivas e confiáveis", disse o comissário, que dará entrevista coletiva ao término da visita, na quarta-feira, em Brasília. "Estou aqui porque acredito no Brasil", afirmou Andriukaitis.

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