Economia

"Não se deve inventar a roda" para favorecer inclusão, diz diretora do FMI

No lugar disso, Christine Lagarde defende a implementação de iniciativas de crescimento sustentável

Christine Lagarde: a Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Davos (Arnd Wiegmann/Reuters)

Christine Lagarde: a Diretora-Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Davos (Arnd Wiegmann/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 12h30.

Davos - A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse nesta quarta-feira no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que "não se deve inventar a roda" para minimizar a desigualdade financeira e favorecer a inclusão e o crescimento, mas implementar iniciativas de crescimento sustentável.

Lagarde participou hoje de uma mesa-redonda, na qual também estava Bono, o vocalista do U2, sobre as dificuldades para reduzir a lacuna financeira que impede que se alcance as metas de desenvolvimento sustentável, e qual é o papel que os setores público e privado devem desempenhar.

A diretora do FMI assinalou que "as finanças são parte da solução", já que, para conseguir os objetivos de desenvolvimento sustentável, as economias emergentes deveriam dedicar pelo menos 4% do PIB e que os países mais pobres deveriam gastar mais, cerca de 15%.

E isso não vai ocorrer, segundo Lagarde, por isso caberá ao setor financeiro trabalhar nesse sentido.

A diretora do FMI afirmou que muitos países pobres gastam fortunas em consultorias para que estas lhes ajudem a implementar planos estratégicos, e que seu conselho é: "economizem esse dinheiro, não é preciso inventar a roda outra vez".

As metas já estão claras, só é preciso começar a trabalhar, segundo a diretora do Fundo.

Nesse sentido, Bono pôs ênfase no setor privado, que é o que tem a capacidade real de ter sucesso.

Um capitalismo "sem restrições" pode "devorar tudo", por isso pediu que se atue com humildade e cautela, e com atenção diante do crescimento do populismo.

A chave é o crescimento econômico, acrescentou Lagarde, depois vêm as políticas adequadas e os gastos responsáveis; as perspectivas para os países com menores receitas "não são ruins".

Para ela, é preciso mobilizar a poupança interna - "que é de 13% das receitas em nível global, muito pouco"-, e gastá-la de forma eficiente, "evitando a corrupção e os 'elefantes brancos'", assinalou a diretora do Fundo.

Cada país, segundo Lagarde, tem seus próprios recursos, suas especificidades e diversas ferramentas financeiras; a boa governança e a liderança estão na base de qualquer esforço, e "nos sonhos começa a responsabilidade e a solidariedade".

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