Economia

“Não me parece um gesto populista”, diz Haddad, sobre isenção de IR para quem ganha até R$ 5.000

Segundo o ministro da Fazenda, a reforma da renda defendida pelo governo é neutra e não aumenta a carga tributária vigente no país

Fernando Haddad: segundo o ministro da Fazenda, proposta governista é neutra e não implicará aumento de arrecadação para o governo

Fernando Haddad: segundo o ministro da Fazenda, proposta governista é neutra e não implicará aumento de arrecadação para o governo

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 4 de dezembro de 2024 às 12h58.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 4, que a proposta do governo de aumentar a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem tem renda mensal de até R$ 5.000 não é um "gesto populista".

Para compensar a perda de arrecadação com a medida, estimada pela equipe econômica em pelo menos R$ 35 bilhões, a ideia é tributar quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês.

Com isso, o imposto terá incidência para quem tem rendimentos que ultrapassam R$ 600 mil por ano. Essa medida depende de aprovação do Congresso Nacional e o governo defende que o texto seja debatido ao longo de 2025 para valer a partir de 2026.

"Fazer uma reforma para cobrar um mínimo pra quem ganha a partir de R$ 600 mil pra não cobrar de quem não está conseguindo pagar as contas do mês, não me parece populismo. Não me parece um gesto populista", disse o ministro.

Haddad também voltou a afirmar que a proposta governista é neutra e não implicará aumento de arrecadação para o governo.

"Dizem que a reforma da renda é populista, mas ela é neutra do ponto de vista fiscal, como a reforma do consumo é neutra. Não estamos pretendendo arrecadar mais ou menos, mas tributar melhor", afirmou Haddad.

Ministro comemora queda da miséria

Haddad também comemorou os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam uma queda da miséria no país no ano passado. A pobreza e a extrema pobreza no Brasil registraram em 2023 os menores índices da série histórica, iniciada em 2012.

Pela primeira vez, a miséria ficou abaixo de 5%, caindo para 4,4%, o que representa 9,5 milhões de pessoas. Além disso, 8,7 milhões de brasileiros saíram da condição de pobreza, reduzindo esse contingente para 59 milhões, o menor número registrado em mais de uma década..

"O IBGE acaba de dizer que estamos no menor índice de miséria da serie histórica, e conseguir fazer isso em menos de dois anos é uma coisa muito importante. Do meu ponto de vista, um país sem miséria e sem fome é a primeira providencia que qualquer estado nacional deveria almejar", disse.

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