Economia

Não houve acordo entre Argentina e fundos abutres

"Vamos pagar os que têm bônus em default, mas sob condições razoáveis, não sob condições extorsivas, sob pressão, sob ameaça", disse o ministro Alex Kicillof

Kicillof: ministro ressaltou que país defenderá as "bem-sucedidas" trocas de sua dívida soberana (Stan Honda/AFP)

Kicillof: ministro ressaltou que país defenderá as "bem-sucedidas" trocas de sua dívida soberana (Stan Honda/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2014 às 20h30.

A Argentina e os fundos especulativos não chegaram a um acordo pela disputa em torno de sua dívida soberana, disse nesta quarta-feira o ministro da Economia, Axel Kicillof, depois de dois dias de discussões em Nova York e da declaração de um default seletivo por uma agência de classificação de risco.

"Tentavam nos impor algo que era ilegal. A intenção era forçar uma situação ilegal. A Argentina está disposta a dialogar, a chegar a um consenso. Vamos buscar uma solução justa, equitativa e legal para 100% de nossos credores", disse Kicillof ao se referir às negociações pela sentença de um juiz federal americano a favor desses fundos.

A Standard & Poor's declarou a Argentina em "default seletivo" nesta quarta ao fim do prazo final para que pagasse 539 milhões de dólares a credores que possuem bônus reestruturados nas trocas de 2005 e 2010.

Esse dinheiro foi enviado pela Argentina a Nova York, mas bloqueado pelo juiz Thomas Griesa até que sua sentença fosse cumprida.

O anúncio foi feito quando ainda não tinham terminado as negociações em Nova York entre o governo argentino e os fundos especulativos, que exigem 1,33 bilhão de dólares por bônus não pagos de 2001, de acordo com a decisão de Griesa.

"Vamos pagar os que têm bônus em default, mas sob condições razoáveis, não sob condições extorsivas, sob pressão, sob ameaça", insistiu Kicillof, ressaltando que a Argentina defenderá as "bem-sucedidas" trocas de sua dívida soberana, aceitas por 92,4% dos detentores dos títulos com remunerações de até 70% do valor nominal dos títulos em default em 2001.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaDívidas de paísesNegociações

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto