Economia

Governo lança pacote de privatizações desidratado; Petrobras tem "estudos"

Pacote que previa privatização de 17 companhias agora tem 9 e sem apresentar prazos; ministro da Casa Civil não confirmou definição sobre Petrobras

Onyx: ministro não deu certeza sobre privatização da Petrobras (Casa Civil/Flickr)

Onyx: ministro não deu certeza sobre privatização da Petrobras (Casa Civil/Flickr)

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Reuters

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 19h26.

Última atualização em 22 de agosto de 2019 às 10h56.

Brasília — O pacote de privatizações do governo federal, que inicialmente previa a oferta de 17 companhias estatais, foi desidratado.

Nesta tarde de quarta-feira (21), em evento oficial, apenas nove companhias foram listadas dentro do programa de desestatização:

  • ABGF;
  • Emgea;
  • Serpro;
  • Dataprev;
  • Ceagesp;
  • Codesp;
  • Ceitec;
  • Telebrás e
  • Correios.

Para chegar ao número de 17, o governo citou a Lotex, que já passou por duas tentativas frustradas de leilão, a venda de ações do Banco do Brasil detidas pela União e seis estatais que já estavam no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).

A Lotex, no entanto, nem pode ser caracterizada como estatal, pois é uma atividade da Caixa Loterias, e não uma subsidiária.

Ao tentar explicar as informações trocadas, o secretário especial de Desestatizações, Salim Matar, disse que houve "equívoco de informação" e que, na realidade, as 17 ofertas se referiam ao que está no "pipeline" do governo.

Prazos também não foram informados, apesar da insistência dos jornalistas em entender o cronograma do governo. "O mais importante não é prazo, é a atitude", respondeu Salim.

Petrobras

Em declaração feita nesta quinta-feira (22),  o presidente Jair Bolsonaro não descartou a possibilidade de privatizar a Petrobras, mas disse que vai avaliar a proposta que será apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e verificar o "custo-benefício" da medida. "A ideia é abrir o Brasil", disse em conversa com jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã.

"O governo estuda tudo, nós temos que nos preparar para qualquer coisa", disse. "(O governo) estuda privatizar qualquer coisa. Tudo é levantado, tudo é discutido. Você vai ter que analisar o custo-benefício, o que é bom para o Brasil o que não é. Tudo você pode ser estudado", declarou Bolsonaro.

Na quarta-feira, 21, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o governo ainda não decidiu colocar a Petrobras na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Quando uma empresa passa a fazer parte do PPI, é possível iniciar estudos para decidir a respeito de uma futura privatização.

"Não temos ainda uma definição do Ministério (de Minas e Energia), do governo e da empresa, de colocarmos como um todo no PPI", afirmou ele a jornalistas, ao apresentar uma lista de empresas que serão desestatizadas.

Bolsonaro também voltou a reclamar dos preços dos combustíveis da Petrobras na bomba, dizendo que quer saber "por que o preço diminui na refinaria e na ponta não diminui". "O que a gente tem que fazer para esse preço chegar na ponta. Se está havendo cartel ou não está, não posso acusar. Mas é uma realidade. Não tem diminuído e ponto final", criticou.

Questionado se poderia representar algum tipo de interferência na política de preços, Bolsonaro negou. "Pelo amor de Deus, que pergunta, né? É uma estatal? Qual o objetivo, qual o fim social da estatal? É atender m                                                                                                                                 elhor a população. Em nenhum momento eu falei abaixa o preço aqui lá, acolá, é uma coisa, uma percepção que o povo todo, nas minhas mídias sociais, tem reclamado", reagiu.

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