S&P: a diretora de ratings soberanos ressaltou que a mudança da avaliação depende que as trajetórias fiscal e do PIB sinalizem melhora (Eric Piermont/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2016 às 15h18.
Nova York - Não há um calendário estabelecido para uma nova revisão do rating soberano brasileiro em 2016, afirmou a diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor's (S&P), Lisa Schineller, em uma teleconferência nesta quinta-feira, 18.
Uma revisão vai depender de mudanças que ocorram na dinâmica política e econômica do País.
Questionada se a aprovação da CPMF no Congresso seria um fator capaz de levar a S&P a mudar ao menos a perspectiva do rating, que ontem foi mantida em "negativa", Lisa evitou falar em fatores específicos.
A diretora ressaltou que a mudança da avaliação depende, por exemplo, que as trajetórias fiscal e do Produto Interno Bruto (PIB) sinalizem melhora, ao invés de sinalizarem deterioração, como vem ocorrendo nos últimos meses.
As projeções para o PIB, por exemplo, vêm sendo constantemente revisadas para baixo.
Nesse cenário, Lisa disse que é preciso ver no Brasil condições "para execução mais consistentes de políticas econômicas".
A melhora da situação política no Congresso seria um fator que contribuiria para mudar esse cenário, pois teria impacto positivo na confiança dos investidores e consumidores.
Por enquanto, a S&P vê os riscos para as contas fiscais e o PIB pendendo mais para o lado negativo e não espera avanços no curto prazo.
O diretor de ratings soberanos da Standard & Poor's (S&P), Roberto Sifon-Arevalo, ressaltou que um conjunto de propostas consistentes do governo para melhorar a trajetória fiscal e corrigir desequilíbrios nas contas públicas seria outro fator positivo para o País.
Ele disse que mudanças importantes na trajetória das contas do governo são um dos fatores que vêm levando a S&P a constantes mudanças da avaliação de risco do Brasil desde meados de 2015.
"Vamos analisar a capacidade de execução da política econômica", disse Lisa, destacando que uma das razões que levaram a S&P a rebaixar o rating novamente do País foi que o ajuste fiscal deve ser mais prolongado do que inicialmente esperado e a correção das contas públicas mais lenta, sobretudo em meio às discussões do processo de impeachment no Congresso.