Galípolo também afirmou que tem repassado essa posição aos membros do governo quando é chamado para debater o encarecimento do dólar (Edilson Rodrigues/Agência Senado/Flickr)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 13h06.
Última atualização em 21 de dezembro de 2024 às 17h44.
O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira, 19, que não é correto afirmar que o Brasil sofre um ataque cambial especulativo.
“Não é correto tratar o mercado como um bloco monolítico, andando em um sentido. O mercado funciona com posições contrarias. Toda vez que um ativo se move, existem vencedores e perdedores. Eu acho que a ideia de ataque especulativo não representa bem o que está ocorrendo”, disse.
Galípolo também afirmou que tem repassado essa posição aos membros do governo quando é chamado para debater o encarecimento do dólar.
“Essa minha intervenção é bem compreendida por [Fernando] Haddad, [Simone] Tebet, [Geraldo] Alckmin e Lula, que concorda, quando eu tenho esse diálogo com ele sempre. Tem muito ruído, mas é importante esclarecer. No fim do dia, cabe a nós fazer o melhor trabalho possível”, disse.
Questionado sobre eventuais pressões políticas que venha a sofrer do governo petista para mudar a sinalização de duas altas de juros nas próximas duas reuniões, Galípolo afirmou que elas são legítimas em uma democracia.
“A gente vai lidar com pressões políticas. Todo mundo tem o direito de opinar. Mas a decisão é feita na reunião do Copom pelos nove diretores do board”, disse.