Donald Trump: Presidente certamente irá se vangloriar dos bons resultados econômicos (Carlos Barria/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 5 de janeiro de 2018 às 07h28.
Nesta sexta-feira são divulgados os dados oficiais de emprego nos Estados Unidos e, neste quesito, o primeiro ano do presidente Donald Trump teve desempenho melhor do que muitos previam. É esperado que cerca de 190.000 postos de trabalho tenham sido adicionados em dezembro, totalizando 2,11 milhões de empregos novos em 2017 — uma taxa de desemprego de 4,1%. O número é melhor do que previam economistas no início do ano passado, quando as expectativas eram de adição de 1,98 milhão de novos postos e uma taxa de desemprego de 4,6% para o último trimestre.
O bom momento do mercado de trabalho se soma ao vivido no mercado financeiro. O índice Dow Jones chegou à marca dos 25.000 pontos pela primeira vez na história nesta quinta-feira, com alta de 0,62%. Trump certamente irá se vangloriar dos bons resultados, como já fez outras vezes quando saíram números positivos de emprego ou do PIB, ou conforme os índices de mercado iam batendo novos recordes.
Embora seja esperado que a reforma tributária aprovada pelos republicanos no final do ano passado, que promoveu o corte de 1,5 trilhão de dólares em impostos, adicione ainda mais empregos ao mercado, economistas são menos otimistas para esse indicador econômico em 2018. A repetição de um bom resultado não é impossível, mas difícil: as taxas de desemprego estão abaixo do que o Fed, o Banco Central norte-americano, afirma serem sustentáveis e os empregadores estão com dificuldades de encontrar profissionais qualificados para algumas vagas.
Apesar de o resultado atual ter sido melhor do que o esperado, 2,11 milhões de novos empregos em um ano é o pior resultado para os Estados Unidos desde 2011. Outros indicadores também caíram: a venda de automóveis novos diminuiu 1,8% em 2017, a primeira queda em sete anos. Alguns indicadores econômicos levam tempo para se adaptar às mudanças — o próprio mercado de trabalho é um dos últimos a mostrar reação, segundo economistas. Em termos econômicos, o segundo ano de Trump deve ser mais desafiador do que o primeiro.