Economia

Na crise, brasileiro busca qualificação e renda extra

De acordo com o levantamento, 86% concordam totalmente ou em parte com a frase “O Brasil está vivendo uma crise econômica”


	Estudo: na avaliação de 66% dos entrevistados, a situação econômica do país é “ruim ou péssima”
 (Thinkstock/OcusFocus)

Estudo: na avaliação de 66% dos entrevistados, a situação econômica do país é “ruim ou péssima” (Thinkstock/OcusFocus)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2015 às 15h16.

A população brasileira tem percebido de forma cada vez mais clara a crise pela qual passa o país, mostra o estudo Retratos da Sociedade Brasileira – Mercado de Trabalho, divulgado hoje (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o levantamento, 86% concordam totalmente ou em parte com a frase “O Brasil está vivendo uma crise econômica”, enquanto 11% discordam total ou parcialmente com a afirmativa e o restante não concorda nem discorda (2%) ou não sabe ou não respondeu (1%). 

Diante deste cenário, quase metade da população buscou trabalho extra para complementar a renda, e 24% buscaram estudo a fim de se qualificar e diminuir o risco de perder o emprego. Para a pesquisa, foram entrevistados, entre os dias 18 e 21 de julho, 2002 pessoas em 141 municípios.

Na avaliação de 66% dos entrevistados, a situação econômica do país é “ruim ou péssima”. Se comparado ao índice apresentado em setembro de 2013, houve aumento de 13% para 22% entre os que consideram a situação como ruim, e de 8% para 44% entre os que a consideram péssima.

Essa avaliação negativa sobre a economia brasileira é maior na Região Sudeste, onde 71% dos entrevistados consideram a situação atual ruim ou péssima. Nas regiões Sul e Sudeste, essa avaliação é compartilhada por 63% das pessoas, e no Nordeste e Centro-Oeste, por 60%.

Em relação à situação econômica atual, 78% a consideram “pior ou muito pior” do que há 12 meses. De acordo com a CNI, em setembro de 2013 este índice estava em 22%.

A expectativa para o futuro da economia não é das melhores: 54% dos entrevistados acreditam que a economia vai piorar nos próximos 12 meses, enquanto 19% acredita que a situação não mudará.

As mulheres são mais pessimistas: 58% delas acreditam que a economia estará pior ou muito pior. Quando o recorte abrange apenas homens, esse pessimismo cai a 49%.

Para 59% dos entrevistados, o desemprego “aumentou muito” nos últimos 12 meses. Este percentual vai a 67% caso se inclua os que afirmam que o desemprego apenas “aumentou”.

O Sudeste é a região que mais percebe esse aumento (84%); enquanto no Nordeste este índice cai para 69%. Na avaliação de 71% dos entrevistados, o desemprego vai aumentar nos próximos seis meses - para 36%, ele vai aumentar “muito”; e para 35% ele apenas aumentará.

A piora no mercado de trabalho ficou mais evidente entre os 44% dos entrevistados que tiveram alguém da família demitido nos últimos 12 meses.

Essa percepção, no entanto, é menos intensa em municípios menores. De acordo com a pesquisa, nos municípios com até 20 mil habitantes, 34% dos entrevistados têm alguém da família que perdeu o emprego no último ano.

Nos municípios que têm entre 20 mil e 100 mil habitantes, esse percentual sobe a 44%. E nos com mais de 100 mil habitantes, chega a 46%.

Diante dessa situação, há mais gente procurando emprego. A pesquisa informa que 48% das pessoas buscaram trabalho extra nos últimos 12 meses para complementar a renda – em setembro de 2013, este índice estava em 25%.

Além disso, em 40% das famílias, pessoas que não trabalhavam tiveram que entrar no mercado de trabalho para colaborar com as contas da casa nos últimos 12 meses.

Esse cenário deixa o futuro mais nebuloso: 76% das pessoas entrevistadas disseram estar preocupadas com a possibilidade de ficar sem trabalho, perder o emprego ou ter que fechar seu negócio nos próximos 12 meses. Em setembro de 2012, essa preocupação atingia 60% dos participantes da pesquisa.

A fim de evitar entrar para essa estatística, muitos têm optado por avançar nos estudos a fim de terem melhor qualificação. De acordo com a CNI, 24% dos entrevistados voltaram a estudar, com medo da possibilidade de ficarem desempregados.

A adoção dessa estratégia é mais comum entre os mais jovens (37% das pessoas com idade entre 16 e 24 anos) e entre os com maior o grau de instrução (30% dos com grau superior).

A CNI divulgou também uma outra frente da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira, na qual aborda questões relativas a renda e endividamento.

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