Presidente da Argentina, Mauricio Macri: "O Estado tem que estar a serviço do povo e não pode atuar como se fosse um refúgio de delinquentes da política", afirmou (REUTERS/Jorge Adorno)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 17h14.
Buenos Aires - O presidente argentino, Mauricio Macri, anunciou nesta segunda-feira um plano de modernização do Estado, com o objetivo de agilizar os trâmites administrativos, deixar mais transparentes as compras governamentais e formar adequadamente os empregados públicos.
"O Estado tem que estar a serviço do povo e não pode atuar como se fosse um refúgio de delinquentes da política", afirmou Macri em entrevista coletiva, ao anunciar o plano que será conduzido pelo Ministério da Modernização, encabeçado por Andrés Ibarra.
De acordo com o presidente, um conservador que assumiu o poder no lugar de Cristina Fernández (2007-2015), o plano contemplado no decreto "tem a ver com a recuperação dos recursos humanos, a tecnologia, voltar a recriar a carreira pública, os concursos, a formação sistemática".
Dois dos objetivos principais serão fomentar a transparência do Estado e o acesso à informação para que os cidadãos saibam o que se faz com seu dinheiro, explicou o presidente.
Macri lamentou que em áreas como "transparência e acesso à informação" o país esteja muito mais atrasado que outros vizinhos, como o Uruguai.
O presidente citou, como exemplo do plano de modernização, a possibilidade de haver aplicativos nos celulares que permitam acesso rápido para solucionar problemas e uma plataforma pública de compras para haver maior controle do destino do dinheiro.
O governo Macri pretende reduzir o tamanho do Estado, por considerar que a última administração o tornou excessivo.
Recentemente, reconheceu 6.200 demissões de funcionários públicos e advertiu que poderia determinar mais demissões, o que colocou o governo em pé de guerra com o principal sindicato do funcionalismo, que anunciou greve geral para quarta-feira.
O ministro Ibarra disse que as demissões foram realizadas em áreas do Exército e eram justificadas, porque teria sido comprovado que havia pessoas que "não iam a seu lugar de trabalho".
A Associação Trabalhadores do Estado afirma que houve nos últimos dois meses mais de 20 mil demissões, em todas as modalidades de contratação existentes nos três níveis do Estado, além de aposentadorias compulsórias.