Rio - A mulher contribui com 40,9% para a renda familiar; entre os homens, essa contribuição é de 59,1%, revela estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta sexta-feira, 31. É a primeira vez que o IBGE divulga esse dado.
Entre as mulheres de áreas rurais, a participação feminina no rendimento da família é ligeiramente maior - 42,4%. A contribuição das mulheres é mais importante na zona rural nordestina (51%). E é menor na zona rural do Centro-Oeste (26%).
Quando o responsável pela família era branco, a parcela da contribuição feminina correspondia a 39,7%. Se o chefe da família era negro ou pardo, a contribuição da mulher foi maior: 42%.
Nas famílias formadas por casais com filhos, a participação feminina também foi menor (31,7%) do que nas famílias monoparentais (70,8%), quando elas eram responsáveis pelo sustento.
O estudo do IBGE mostra ainda que na maioria dos Estados do Nordeste a contribuição feminina para o rendimento familiar era maior do que a dos homens. No País, quanto maior a renda, menor a participação feminina no rendimento familiar.
Entre os mais pobres (até meio salário mínimo per capita), essa participação foi de 45%. Já entre aqueles que ganhavam mais de dois salários mínimos per capita, a contribuição foi de 39,1%.
Emprego e renda
Na última década, a taxa de analfabetismo entre mulheres caiu, elas se educaram mais, são maioria no ensino superior, têm distorção menor em relação à idade e à série estudada. Mas isso não eliminou a desigualdade de emprego e renda, quando comparadas aos homens.
Em 2010, 30,4% das mulheres de 16 anos ou mais de idade não tinham qualquer tipo de rendimento, porcentual acima do observado para o total da população nessa faixa etária (25,1%) e para os homens (19,4%). Já foi pior: em 2000, 45% das mulheres não tinham nenhuma renda própria.
Os dados são do estudo Estatísticas de Gênero, divulgado nesta sexta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com base nos dados do Censo 2010.
O estudo aponta que houve um pequeno crescimento do rendimento feminino, o que reduziu ligeiramente as disparidades entre os sexos.
Enquanto o rendimento médio dos homens variou 7,8% - passou de R$ 1.471 para R$ 1.587, entre 2000 e 2010; o das mulheres cresceu 12% no mesmo período, de R$ 959 para R$ 1.074 no mesmo período (12%).
Mas esse aumento não foi uniforme em todo o País. A média do rendimento de uma trabalhadora do Centro-Oeste era 80,5% maior do que o de uma nordestina.
No Brasil, o rendimento feminino correspondia a 68% do rendimento masculino - pequena redução da desigualdade; em 2000, equivalia a 65%. Mas no Norte e Nordeste essa desigualdade aumentou: passou de 71% para 69% no Norte; e de 72% para 68% no Nordeste.
"A desigualdade do rendimento entre homens e mulheres no caso brasileiro é resultado, em grande medida, de uma inserção, no mercado de trabalho, diferenciada por sexo, com uma maior presença feminina em ocupações precárias, de baixa qualificação, pouco formalizadas e predominantemente do setor de serviços como, por exemplo, o trabalho doméstico", diz o estudo.
Os menores rendimentos têm sexo, cor e localidade: 50,8% das nordestinas pretas ou pardas têm rendimento de até um salário mínimo, assim como 59,3% das mulheres nas áreas rurais desta região.
O estudo mostra ainda a desigualdade entre as próprias mulheres - o rendimento de pretas e pardas equivalia (R$ 727) a 52% do das brancas (R$ 1.396). Se comparado com o dos homens brancos (R$ 2.086), pretas e pardas ganhavam 35% do rendimento dessa parcela da população - a chamada dupla desigualdade.
A desigualdade entre mulheres e homens, considerando o rendimento médio de todos os trabalhos foi menor (67,7%) do que quando se observou o rendimento total (74,0%) - isso quer dizer que elas têm menos acesso a aplicações financeiras, por exemplo.
Em relação a 2000, as mulheres tinham participação maior na população em idade ativa (aquela que está trabalhando ou procurando emprego). Esse índice passou de 50,1% para 54,6%. Mas entre os homens, a proporção ainda é bem maior: 75,7%.
A formalização do emprego (pessoas que trabalham com carteira assinada, militares, funcionários públicos, e pessoas que contribuem para a previdência oficial) foi maior entre os homens. Passou de 51,3% para 57,9% entre as funcionárias e de 50,0% para 59,2%, para os empregados.
Quando analisado somente o trabalho com carteira assinada, o homem também foi mais beneficiado: aumentou de 36,5% para 46,5%; já para as mulheres passou de 32,7% para 39,8%.
As mulheres brancas eram maioria entre as trabalhadoras com carteira assinada (58,4% para 40,2%). Há mais pretas e pardas trabalhando como domésticas do que brancas - entre as que têm carteira assinada, 57% eram pretas e pardas, 42% brancas; as pretas e pardas sem carteira assinada correspondiam a 62,3%, e as brancas a 36,5%. Isso demonstra a desigualdade até mesmo entre mulheres na mesma categoria profissional.
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1. Mulheres x Homens
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1/21 (Arthur Sollano/Flickr)
São Paulo – Estima-se que o mundo levará 81 anos até que consiga superar a desigualdade entre homens e
mulheres no
mercado de trabalho. O dado foi revelado nesta semana pela pesquisa “
The Global Gender Gap Report”, produzida anualmente pelo Fórum Econômico Mundial. O objetivo da pesquisa, realizada desde 2006, é o de compreender como está a distribuição de recursos e oportunidades entre os homens e as mulheres. Para tanto, foram avaliados quatro aspectos principais: participação e oportunidade econômica, o acesso à educação, a capacitação política e a saúde e sobrevivência. Quanto mais próxima de 1 é a pontuação do país em um dos fatores investigados, mais igualitária é aquela sociedade. Uma das grandes novidades da edição 2014 do estudo é a estreia de Ruanda, que aparece entre os primeiros lugares que tratam homens e mulheres de forma menos desigual. Outra boa notícia é o fato de que muitos países conseguiram zerar as diferenças entre os gêneros especialmente no que diz respeito ao acesso à educação e também em saúde e sobrevivência. Veja os países que ocupam as 20 primeiras posições do ranking nestas imagens.
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2. 1º Islândia
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2/21 (EuroFootball/Stringer)
Geral (ranking/pontuação): 1º/0.8594
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 7º/0.8169
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 128º/0.9654
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 1º/ 0.6554
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3. 2º Finlândia
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3/21 (Tuomas Puikkonen/Flickr/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 2º/0.8453
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 21º/0.7859
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 52º/0.9789
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 2º/0.6162
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4. 3º Noruega
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4/21 (Hans Gottun/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 3º/0.8374
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 2º/0.8357
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 98º/0.9695
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 3º/0.5444
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5. 4º Suécia
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5/21 (Getty Images)
Geral (ranking/pontuação): 4º/0.8165
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 15º/0.7989
Educação (ranking/pontuação): 43º/0.9974
Capacitação política (ranking/pontuação): 100º/0.9694
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 5º/0.5005
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6. 5º Dinamarca
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6/21 (Ryk Venema/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 5º/0.8025
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 12º/0.8053
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 65º/0.9741
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 7º/0.4306
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7. 6º Nicarágua
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7/21 (Getty Images)
Geral (ranking/pontuação): 6º/0.7894
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 95º/0.6347
Educação (ranking/pontuação): 33º/0.9996
Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 4º/0.5439
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8. 7º Ruanda
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8/21 (Getty Images)
Geral (ranking/pontuação): 7º/0.7854
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 25º/0.7698
Educação (ranking/pontuação): 114º/0.9289
Capacitação política (ranking/pontuação): 118º/0.9667
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 6º/0.4762
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9. 8º Irlanda
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9/21 (Getty Images)
Geral (ranking/pontuação): 8º/0.7850
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 28º/0.7543
Educação (ranking/pontuação): 40º/0.9979
Capacitação política (ranking/pontuação): 67º/0.9739
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 8º/0.4140
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10. 9º Filipinas
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10/21 (Veejay Villafranca / Stringer)
Geral (ranking/pontuação): 9º/0.7814
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 24º/0.7780
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 17º/0.3682
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11. 10º Bélgica
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11/21 (Carl Court/Staff)
Geral (ranking/pontuação): 10º/0.7809
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 27º/0.7577
Educação (ranking/pontuação): 73º/0.9921
Capacitação política (ranking/pontuação): 52º/0.9789
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 13º/0.3948
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12. 13º Nova Zelândia
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12/21 (Jeff Hitchcock/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 13º/0.7772
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 30º/0.7517
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 96º/0.9698
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 14º/0.3872
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13. 12º Alemanha
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13/21 (Gideon/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 12º/0.7780
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 34º/0.7388
Educação (ranking/pontuação): 34º/ 0.9995
Capacitação política (ranking/pontuação): 67º/0.9739
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 11º/0.3998
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14. 15º Letônia
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14/21 (Roland Lakis/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 15º/0.7691
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 16º/0.7931
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 25º/0.3038
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15. 16º França
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15/21 (Pedro Szekely/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 16º/0.7588
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 57º/0.7036
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 20º/0.3520
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16. 17º Burundi
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16/21 (PWRDF/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 17º/0.7565
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 1º/0.8630
Educação (ranking/pontuação): 120º/0.9013
Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 30º/0.2822
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17. 18º África do Sul
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17/21 (Dan Kitwood/Staff)
Geral (ranking/pontuação): 18º/0.7527
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 83º/0.6473
Educação (ranking/pontuação): 85º/0.9869
Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 12º/0.3969
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18. 19º Canadá
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18/21 (New Brunswick Tourism/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 19º/0.7464
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 17º/0.7928
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 100º/0.9694
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 42º/0.2233
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19. 20º Estados Unidos
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19/21 (Damyen Morris/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 20º/0.7463
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 4º/0.8276
Educação (ranking/pontuação): 4º/0.8276
Capacitação política (ranking/pontuação): 62º/0.9747
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 54º/0.1847
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20. *Brasil (71º)
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20/21 (Francisco Osorio/Flickr)
Geral (ranking/pontuação): 71º/0.6941
Participação e oportunidade econômica (ranking/pontuação): 81º/0.6491
Educação (ranking/pontuação): 1º/1.0000
Capacitação política (ranking/pontuação): 1º/0.9796
Saúde e sobrevivência (ranking/pontuação): 74º/0.1476 *O país foi incluído para efeitos de comparação.
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21. Agora veja quais os melhores e piores aeroportos do planeta
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21/21 (Phil Walter / Staff)