José Mujica, presidente do Uruguai, criticou diferenças no continente (Andrea Mazza/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2014 às 09h08.
Assunção - O presidente do Uruguai, José Mujica, destacou nesta quarta-feira a necessidade de que o Mercosul amplie a relação de Estados-membros, com a incorporação concreta da Venezuela como membro pleno e uma futura adesão do Equador.
"É preciso estabelecer grandes metas porque esta América do Sul é grande demais", enfatizou Mujica em discurso durante a abertura da 41ª Cúpula do Mercosul.
O governante uruguaio fez um apelo aos parceiros do Mercosul para que realizem esforços conjuntos para possibilitar que a Venezuela, cuja entrada está travada no Parlamento paraguaio, "se incorpore o mais rápido possível" ao bloco, visto que sua entrada é "uma das maneiras de enfrentar a assimetria" da região.
"O Brasil não tem a culpa de ser tão grande e nós não temos culpa de sermos tão pequenos" indicou Mujica.
"O que pode nos equilibrar é o crescimento, não a lástima. Bem-vindo (Rafael) Correa, estamos esperando por você e muitos outros", acrescentou, olhando para o presidente do Equador, presente na reunião.
A respeito das relações do bloco com o mundo, o governante uruguaio disse que a conjuntura internacional atual "está cheia de contradições" e "que os fracos não podem negociar" nesse contexto.
"Os fortes sobreviverão e, para os pequenos, a regra para ser forte é se juntar", advertiu.
Mujica afirmou ainda que o mundo atual é muito diferente ao da época da fundação do Mercosul, nos anos 1990, quando imperava a doutrina econômica neoliberal.
Por isso, o grupo deve olhar para outras regiões do planeta, além dos Estados Unidos e da Europa, para estabelecer possíveis parcerias, apontou.