A remuneração da caderneta de poupança será alterada toda vez que a taxa básica de juros do país estiver abaixo de 8,5% ao ano (Bruno Domingos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2012 às 22h30.
Brasília - As mudanças nas regras de rendimentos nas cadernetas de poupança dividiram líderes da base governista e da oposição. Os partidos de oposição entendem que as novas regras vão penalizar a parcela mais pobre da população brasileira. “Para o governo é mais fácil mexer no dinheiro do cidadão em vez de cortar na própria carne e diminuir os elevados impostos. A mudança afeta especialmente os pequenos poupadores”, disse o líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE).
O ex-líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), considerou as medidas anunciadas como muito positivas e necessárias. "Essas medidas ajudam a praticar juros bem mais baixos. E a Selic [taxa básica de juros] pode cair para 7% ou 8%, o que se pratica no mundo. O Brasil deixou de ser o campeão de juros altos e pode ter juros ainda mais baixos".
Para o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), que participou da reunião do Conselho Político, disse que o tema central da reunião foi sobre as mudanças anunciadas pelo governo no rendimento da poupança. De acordo com ele, todos os líderes saíram convencidos da necessidade das mudanças. “É um passo que tem que ser dado. A presidenta Dilma Rousseff está convencida disso”, disse. "O governo sabe o que quer fazer e sabe aonde quer chegar. Não é coisa improvisada e paliativa", acrescentou Henrique Alves.
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que seu partido é contrário às novas regras de rendimento nas cadernetas de poupança, mas que prefere analisar melhor as mudanças anunciadas. “Vamos estudar as medidas apresentadas, mas o PPS mantém posicionamento contrário à mudança das regras do rendimento da caderneta de poupança porque isso poderá resultar em graves prejuízos aos poupadores das classes populares”.