Economia

Mudança de governo melhora confiança do brasileiro, diz FGV

Mesmo com desemprego elevado e renda em queda, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) da FGV subiu 2,8 pontos na passagem de maio para junho


	Comércio: mesmo com desemprego elevado e renda em queda, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) da FGV subiu 2,8 pontos na passagem de maio para junho
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Comércio: mesmo com desemprego elevado e renda em queda, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) da FGV subiu 2,8 pontos na passagem de maio para junho (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2016 às 13h34.

Rio - Os indicadores de confiança empresarial divulgados nesta quinta-feira, 30, pela Fundação Getulio Vargas (FGV) sugerem que o pior ficou para trás na percepção sobre a atividade econômica, sobretudo por causa da mudança no governo federal.

O fato de a alta da confiança ter sido puxada pelas expectativas para o futuro e de ter havido uma aceleração em maio e junho sugerem a associação da percepção dos empresários com o afastamento da presidente Dilma Rousseff e a nomeação do vice-presidente Michel Temer como presidente em exercício, pontuou o consultor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) e analista da Sondagem de Serviços, Silvio Sales.

Mais cedo, a FGV informou que o Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 1,9 ponto em junho ante maio, para 72,4 pontos. Com isso, o indicador subiu 1,6 ponto no segundo trimestre ante o primeiro.

"Muito provavelmente isso tem a ver com a mudança no cenário político, abrindo possibilidade para melhorias na situação econômica", disse Sales.

O fato de a alta na confiança ser puxada pelas expectativas explica também a razão de a melhoria na percepção estar ocorrendo em setores diferentes, como indústria, serviços e comércio.

Mesmo com desemprego elevado e renda em queda, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) da FGV subiu 2,8 pontos na passagem de maio para junho, para 73,7 pontos, maior nível desde maio de 2015.

Com isso, o Icom avançou 2,4 pontos no segundo trimestre, após alta de 2,1 pontos no primeiro trimestre.

"A crise política havia gerado um problema a mais, a incerteza como indutor do pessimismo. Assim como nos outros setores, o comércio tem uma avaliação mais positiva (com a mudança do governo)", afirmou o superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do Ibre/FGV, Aloisio Campelo Junior.

Embora os dados apontem que o pior da confiança ficou para trás, Campelo prefere trocar a metáfora do "fundo do poço" pela do paraquedista durante o salto.

É como se os indicadores de confiança descrevessem que a atividade econômica estava em queda livre e, agora, puxou o paraquedas, passando a cair bem devagar.

Tanto no ICS quanto no Icom, as diferenças entre o Índice de Expectativas (IE) e o Índice de Situação Atual (ISA) atingiram suas máximas históricas em junho. No caso do ICS, a diferença recorde ficou em 10,5 pontos. No caso do Icom, a diferença recorde ficou em 18,7 pontos.

Para Sales, o recorde nas diferenças são uma mostra do grau de incerteza na economia. "Isso tem a ver com o cenário de transição, dando um grau de incerteza política e econômica", disse o consultor.

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