Muçulmanos rezam o Eid al-Adha, que celebra a fé do profeta Abraão ao aceitar sacrificar seu filho a mando de Deus (REUTERS/Amit Dave)
João Pedro Caleiro
Publicado em 14 de janeiro de 2015 às 11h58.
São Paulo - Nos últimos 14 anos, a riqueza dos 1,6 bilhão de muçulmanos no mundo cresceu 132%, de acordo com dados da consultoria New World Wealth lançados hoje.
É o maior aumento entre as quatro grandes religiões contempladas pelo estudo (cristianismo, islamismo, hinduísmo e judaísmo) e quase o dobro do aumento geral de riqueza, que ficou em 72%.
No período entre 2000 e 2014, a riqueza subiu 122% entre os hindus e 110% entre os fiéis de "outras" religiões - aumentos explicados pelo alto crescimento de Índia e China.
Já o crescimento da riqueza entre os 2,4 bilhões de cristãos e 14 milhões de judeus foi de 49% e 50%, respectivamente.
Contexto
Naturalmente, os aumentos se deram sobre bases diferentes e a diferença continua. Os cristãos reúnem hoje US$ 107 trilhões em riqueza total, uma média de 44 mil por pessoa. Já os islâmicos tem US$ 11,3 trilhões, ou cerca de 7 mil por indivíduo.
Os números no agregado também dizem pouco sobre o que mudou na renda pessoal e na qualidade de vida dos fiéis de cada religião; para isso, índices de desigualdade, desenvolvimento e democracia precisariam entrar na conta.
Para ficar só nos exemplos islâmicos, a Arábia Saudita tem renda per capita duas vezes maior que a brasileira e índice de desenvolvimento humano considerado alto, mas é o 13º pior país do mundo para ser mulher, segundo o Fórum Econômico Mundial.
Já o Catar tem o maior PIB per capita do mundo mas é um estado autoritário e a qualidade dos seus serviços públicos não chega nem perto da Suíça, o segundo lugar.