Economia

Movimento em bares e restaurantes deve crescer 30% na Copa

Estimativa é da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes

A entidade avaliou que alguns fatores contribuem para o movimento, como as temperaturas mais quentes do que no mês de julho (LeoPatrizi/Getty Images)

A entidade avaliou que alguns fatores contribuem para o movimento, como as temperaturas mais quentes do que no mês de julho (LeoPatrizi/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de novembro de 2022 às 14h45.

Bares e restaurantes devem ter um aumento de pelo menos 30% na demanda com os jogos da Copa do Mundo, segundo estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). A entidade avaliou que alguns fatores contribuem para o movimento, como as temperaturas mais quentes do que no mês de julho, a liberação do 13º salário e os horários dos jogos no período da tarde.

O líder de inteligência e conteúdo da Abrasel, José Eduardo Camargo, acredita que todos irão se beneficiar neste período. “O bar, normalmente, já é visto como um espaço de congraçamento, já é comum, por exemplo, no Brasil, a transmissão de jogos dos times, mas os restaurantes têm muito a ganhar também. Alguns jogos, que são mais perto da hora do almoç,o são benéficos. Sem contar que a gente tem uma variedade muito grande de restaurantes no Brasil.”

Assine a EXAME por menos de R$ 0,37/dia e acesse as notícias mais importantes do Brasil em tempo real.

Pesquisa da Abrasel com cerca de 1,7 mil estabelecimentos indica que 45% dos restaurantes vão transmitir os jogos e um terço deles informou que vai criar pratos temáticos. “Ou seja, está movimentando bastante o setor, sim”, acrescenta Camargo. De acordo com a associação, neste ano, diferentemente do que ocorria em outras edições da competição, os restaurantes fizeram  reservas para novembro e dezembro, o período da disputa.

O diretor-executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Fernando Blower, por sua vez, não se arrisca em previsões e afirmou que o clima em torno da Copa do Mundo ainda não deixa claro as possibilidades de ganhos adicionais. “Os próprios restaurantes têm expectativas, mas não necessariamente informações para passar. Acho que o dado muito mais correto não vai ser o prospectivo, vai ser aquele de realização, uma vez que a Copa termine e a gente consiga entender de fato esse impacto.”

Incerteza

Para o diretor da ANR, alguns fatores contribuem para o sentimento de incerteza. Um deles entre é a realização dos jogos logo após as eleições. Além disso, o fim do ano normalmente tem mais demandas nas empresas, o que dificulta a liberação de trabalhadores. “A gente está aqui disputando atenção com as festas de fim de ano e, à medida que a Copa começar a passar para dezembro, nas oitavas, quartas e semifinal você já vai estar ali naquela reta final em que as empresas estão se planejando, estão fazendo os fechamentos.” Blower acrescentou ainda o fato de não ser período de férias escolares.

Blower chamou a atenção para as oportunidades que podem surgir para os restaurantes com o delivery. “Cresceu muito no período pandêmico e continua sendo muito relevante para os restaurantes, mais que dobrou de tamanho, de importância, para o nosso setor e o cliente se acostumou muito também”, destacou.

Contratações

As análises da Abrasel mostram boa perspectiva de contratações em bares e restaurantes neste final de ano. “Na pesquisa que a gente fez em setembro, por exemplo, quase metade disse que ainda iria contratar até o final do ano e 25% já tinham contratado funcionários para aumentar a equipe. Tem essa perspectiva de aumento da demanda. O setor está reagindo”, disse.

Para a ANR, por outro lado, a expectativa é que não haja um crescimento significativo de contratações neste momento. “Primeiro, que a coisa [a Copa] não está tão quente quanto foi em outras oportunidades e também porque as empresas ainda carregam um passivo da pandemia expressivo. Elas estão evitando muito aumento de custos nesse momento.”. O diretor acredita que o setor deve fazer contratações temporárias, “mas nada muito expressivo”.

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:BaresCopa do Mundoeconomia-brasileira

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto