Sede do Banco Central, em Brasília (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2014 às 20h47.
São Paulo - As medidas complementares do Banco Central anunciadas nesta quarta-feira, 20, para estimular o crédito podem não ser suficientes para ofuscar as preocupações de diversos bancos com a qualidade do crédito diante da desaceleração na economia, disse em nota a Fitch Ratings.
Nesta quarta, o BC anunciou mudanças no compulsório que liberam mais R$ 10 bilhões para os bancos, além de outras medidas técnicas, como a redução do requerimento de capital para os bancos.
Em julho, o BC já havia liberado R$ 45 bilhões por meio de mudanças nos compulsórios e outras regras.
A Fitch considerou que os "desafios macroeconômicos brasileiros não mostram sinais de diminuição".
A agência ressalta que a equipe de avaliação de dívida soberana projeta que o crescimento do Brasil deve ficar em torno de 2% na média entre 2014 e 2016 e ainda cita que a inflação segue acima da meta.
Sobre os bancos públicos, a Fitch afirma que as medidas do BC devem ajudar a dar suporte a agenda de crescimento do crédito.
"Os bancos públicos permanecem como os principais contribuidores para o crescimento do crédito e podem continuar assim no curto prazo", diz o texto.
"A Fitch acredita que forte crescimento do crédito que não seja suportado por crescimento similar na atividade econômica pode resultar em pressão na qualidade dos ativos para os credores, especialmente se a atividade permanecer fraca", diz a agência em comentário assinado por Eduardo Ribas e Matthew Noll.
Já sobre os bancos privados, a Fitch acredita que o BC está indo contra o apetite fraco para oferta de crédito. A agência lembra que um sinal de crescente conservadorismo dos bancos é a tendência para aumentar oferta de crédito de menor risco.