Economia

Morales reclama de lentidão brasileira na entrega de obras

"Algumas empresas não conseguem terminar as obras e estou preocupado porque, por exemplo, a empresa OAS, do Brasil, até agora não entregou nem uma parte"

A OAS constrói atualmente três estradas na Bolívia (Jorge Bernal/AFP)

A OAS constrói atualmente três estradas na Bolívia (Jorge Bernal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2012 às 17h28.

La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quinta-feira que está preocupado com a lentidão nas obras da empresa brasileira OAS, que no momento constrói três estradas em seu país.

"Algumas empresas não conseguem terminar as obras e estou preocupado porque, por exemplo, a empresa OAS, do Brasil, até agora não entregou nem uma parte", declarou

Morales em discurso em uma vila próxima à fronteira com o Chile.

Conforme o presidente, os executivos da companhia brasileira "sempre encontram algum problema jurídico ou problema técnico" para pedir mais financiamento ou ampliar os prazos para as obras. Morales também acrescentou que, por isso, decidiu criar uma construtora estatal para "não ficar dependente de empresas estrangeiras".

A OAS constrói atualmente três estradas na Bolívia. Uma delas unirá à cidade colonial de Potosí (sudoeste) com o Salgar de Uyuni, uma das mais importantes atrações turísticas da Bolívia, leito de um antigo mar a 3,6 mil metros de altitude. A rota de Potosí em direção ao povoado de Villazón, na fronteira com a Argentina e a região sulina de Tarija também estão sendo erguidas pela mesma companhia.

Há ainda uma terceira obra que provocou conflito com indígenas amazônicos: a estrada entre as regiões de Cochabamba (centro) e Beni (nordeste) que custará mais de US$ 415 milhões, US$ 332 milhões financiados pelo Brasil.

A construção é criticada pelos nativos do Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis) por causa do impacto ambiental e pela possibilidade de promover uma invasão de produtores de folha de coca.

Em 2011, uma manifestação dos indígenas conseguiu frear a construção no parque. Dentro de três semanas ocorrerá um protesto similar diante da tentativa do Governo de continuar com a obra. 

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